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Debandada: Deval Patrick é 3º democrata na semana a abandonar eleições

Com resultados decepcionantes nas primárias de Iowa e New Hampshire, o empresário Yang e o senador Bennet também encerram campanha

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h53 - Publicado em 12 fev 2020, 19h12

Após apenas três meses de campanha, o ex-governador de Massachusetts, Deval Patrick, anunciou nesta quarta-feira, 12, a desistência da sua pré-candidatura às eleições de 2020 nos Estados Unidos. Patrick é o terceiro democrata a abandonar a corrida eleitoral nesta semana, depois das primárias de New Hampshire na terça-feira 11.

Patrick tinha esperança de conquistar delegados no estado vizinho e, depois, o eleitorado negro da Carolina do Sul nas primárias de 29 de fevereiro, que tende a apoiar o ex-vice-presidente Joe Biden. Mas mesmo a queda de Biden, que conquistou apenas 8,4% dos votos em New Hampshire, não ajudou o ex-governador. Na terça-feira, ele recebeu só 0,4% dos votos.

“Eu acreditava e ainda acredito que tínhamos um argumento forte para conseguir resultados melhores”, disse ele em mensagem aos apoiadores. Mas, como declarou, a votação não foi suficiente para levá-lo a uma próxima rodada.

Desistência em massa

Deval Patrick foi o terceiro candidato a encerrar sua campanha depois das primárias de New Hampshire, seguindo o empresário Andrew Yang e o senador Michael Bennet, do Colorado, que desistiram na noite de terça-feira.

Yang, um outsider que construiu sua campanha sobre a ideia de uma renda básica universal e os perigos da automação, abandonou a corrida depois de conquistar apenas 2,8% dos votos em New Hampshire e 1% nas prévias democratas de Iowa, na semana passada.

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Andrew Yang Selfie
Andrew Yang, de 44 anos: um dos menos conhecidos em um grupo que inclui senadores, ex-prefeitos, ex-governadores e ex-vice-presidentes – 5/02/2020 (Brendan McDermid/Reuters)

O empresário era um dos pré-candidatos democratas mais surpreendentes. Com sua inteligência, leveza e positividade, reuniu uma base eclética de eleitores anti-establishment de todo o espectro ideológico: progressistas, libertários, eleitores descontentes e até apoiadores de Donald Trump que trocaram seus chapéus vermelhos MAGA (“Make America Great Again” ou “Faça a América Grande de Novo”) por chapéus azuis que dizem MATH (“Make America Think Harder” ou “Faça a América Pensar Mais”).

O senador Michael Bennet, por outro lado, foi um candidato mais clássico. Apostando em uma campanha de base, com dezenas de eventos em prefeituras, perguntas não filtradas do público e contato direto com os eleitores, permaneceu como figura de centro dentro do Partido Democrata e baseou sua campanha na promessa de um retorno à normalidade. A estratégia não deu certo. Após colocar todas as suas fichas em New Hampshire, conquistou apenas 0,3% dos votos, depois de zerar em Iowa.

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Michael Bennet
Bennet prometia um retorno à normalidade após Trump: ‘Se me elegerem presidente, prometo que não terão que pensar em mim por várias semanas seguidas’ – 8/12/2020 (Elizabeth Frantz/Reuters)

Jogo do resta um

Dos 28 democratas que apresentaram pré-candidatura, oito ainda permanecem na corrida. Os favoritos são Bernie Sanders, ganhador das primárias de New Hampshire, com 25,7% dos votos – embora bem menor que os 60,14% conquistados em 2016 -, Pete Buttigiege, com 24,4%, e a senadora Amy Klobuchar, que está surpreendeu em terceiro lugar, com 19,8%.  A senadora Elizabeth Warren, mais apagada, obteve menos de 10% dos votos em New Hampshire, enquanto Joe Biden ficou em quinto lugar, com 8,4%

A deputada do Havaí Tulsi Gabbard e o bilionário e ativista Tom Steyer ainda competem, sem chamar a atenção.

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O coringa da história é Michael Bloomberg, o magnata do setor de comunicações e ex-prefeito de Nova York que não competiu até agora, mas que vem crescendo nas pesquisas e investindo pesado em propagandas em nível nacional.

Segundo o portal Real Clear Politics, que calcula a média das mais recentes pesquisas eleitorais, Bloomberg tem 13,6% das intenções de voto na disputa com os demais pré-candidatos democratas, apesar de ter entrado na briga mais tarde, em novembro. O porcentual foi suficiente para ultrapassar uma das mais fortes competidoras, a senadora Warren, e para conquistar o terceiro lugar no pódio dos favoritos.

O magnata está colocando todas as fichas na Super Terça – as primárias em 16 estados marcada para 3 de março – justamente aqueles em que a propaganda vira uma guerra de foice e ter muito dinheiro faz toda a diferença. E isso ele tem de sobra: a riqueza de Bloomberg, estimada pela revista americana Forbes em 53,4 bilhões de dólares, supera a de Trump, projetada em 3,1 bilhões de dólares.

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