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De olho em Taiwan, China aumenta orçamento militar em 7,2%

Relatório do governo apresentado nesta terça-feira, 5, abandonou o termo 'reunificação pacífica' com a ilha autogovernada

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h39 - Publicado em 5 mar 2024, 10h07

A China divulgou documentos oficiais nesta terça-feira, 5, indicando um aumento de 7,2% dos gastos com defesa neste ano. Os mesmos relatórios abandonaram o termo “reunificação pacífica” em relação a Taiwan, indicando que o país está endurecendo ainda mais a postura em relação à ilha, que Pequim considera parte de seu território.

O orçamento militar do gigante asiático mais que dobrou durante os 11 anos de mandato do presidente Xi Jinping. Quando ele chegou ao poder, em 2013, o montante era de 720 bilhões de yuans. Neste ano, foi para 1,67 trilhões de yuans (R$ 1,15 trilhões, na cotação desta terça-feira, 5).

No ano passado, a taxa de aumento do orçamento foi semelhante – e continua bem acima da previsão de crescimento econômico do governo para este ano, de 5%. Segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), com sede em Londres, o orçamento de 2024 marca o 30º ano consecutivo de aumentos nas despesas de defesa chinesas.

Taiwan

A China também adotou oficialmente uma linguagem mais dura contra Taiwan ao divulgar os números do orçamento, abandonando a menção à “reunificação pacífica” – falando apenas em “reunificação” – em relatório do governo apresentado pelo primeiro-ministro Li Qiang na abertura da Assembleia Popular Nacional (APN), o parlamento da China.

Embora não seja a primeira vez que a China omite a palavra “pacífica”, a mudança de linguagem é vista como um possível sinal de uma postura mais assertiva em relação à ilha vizinha.

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Depois que Lai Ching-te, do Partido Democrata Progressista, venceu as eleições presidenciais em Taiwan em janeiro, o quarto líder do Partido Comunista Chinês, Wang Huning, disse que a China “combateria resolutamente” quaisquer esforços em relação à independência da ilha neste ano. Declarações anteriores apenas prometeram “opor-se resolutamente” a projetos de independência.

Tensões globais

As tensões em Taiwan aumentaram acentuadamente nos últimos anos, bem como na Ásia Oriental, com crescimento das as mobilizações militares. Nesta terça, o Ministério da Defesa taiwanês comunicou que suas forças armadas aumentariam o número de exercícios com mísseis neste ano. A China reivindica que o território da ilha governada democraticamente faz parte de seu país.

O orçamento da defesa é acompanhado de perto pelos vizinhos da China e pelos Estados Unidos, que estão cautelosos com as intenções estratégicas de Pequim e com o desenvolvimento das suas forças armadas. Nesta terça-feira, o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, pediu uma maior abertura de Pequim, alertando sobre sérias preocupações da comunidade internacional.

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Aumentos dos gastos militares da China sem transparência são “o maior desafio estratégico de todos os tempos para garantir a paz e a estabilidade do Japão e da comunidade internacional e fortalecer a ordem internacional”, disse Hayashi em Tóquio.

Setores de foco

Uma pesquisa publicada no mês passado pelo IISS afirmou que a compra de novos equipamentos militares provavelmente ocupará a maior parte do orçamento chinês.

As aquisições fazem parte do objetivo de Xi para uma “modernização total” do exército até 2035, um impulso continua em várias frentes – Pequim também produz armas que vão desde navios de guerra e submarinos a drones e mísseis avançados, que podem ser equipados com ogivas nucleares e convencionais.

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