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Covid-19: Autoridade chinesa acusa EUA de ‘minar’ a luta contra a pandemia

Embaixador da China diz que ataques de Washington a Pequim se devem à ineficiência do governo americano em lidar com a pandemia

Por Da Redação
Atualizado em 15 Maio 2020, 18h09 - Publicado em 15 Maio 2020, 17h58

O embaixador da China no escritório das Nações Unidas em Viena, Wang Qun, acusou o governo dos Estados Unidos de deteriorar o relacionamento bilateral em meio à pandemia da Covid-19 para ofuscar a própria ineficiência em conter o avanço da doença no território americano. Wang ainda afirmou que, assim, o governo de Donald Trump estaria ‘minando’ o combate à pandemia e também a economia mundial.

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“Os Estados Unidos fizeram todo o possível para se envolver em jogos de culpa e estigmatização da China e da Organização Mundial da Saíúde (OMS), de modo a esconder sua própria responsabilidade pelo controle ineficaz da pandemia em seu território”, disse Wang em uma reunião na quinta-feira 14 com autoridades da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), sediada em Viena,.

“Tais atos dos Estados Unidos não apenas interromperam e minaram os esforços internacionais e a cooperação contra a pandemia, mas também prolongaram artificialmente, com efeito, a pandemia e, subsequentemente, a paralisação da economia global”, acrescentou Wang.

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O presidente americano, , acusa os chineses desde pelo menos o início de abril de terem acobertado os surtos da Covid-19 no final de 2019 e de serem beneficiados pela Organização Mundial da Saúde às custas dos americanos. Em 3 de maio, insinuou que o SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, teria se originado em um laboratório chinês.

Trump chegou a afirmar que apresentaria umrelatório muito sólido sobre exatamente o que achamos que aconteceu” após as agências de inteligência americanas terem desmentido a hipótese da China ter escondido a origem do vírus.

A subdiretora da Comissão Nacional de Saúde da China, Zeng Yixin, ressaltou nesta sexta-feira, 15, que as autoridades do país não sabiam antes de 19 de janeiro do quão infeccioso era o SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19.

“Em 19 de janeiro, graças aos esforços conjuntos das equipes de especialistas e dos profissionais locais de saúde, conseguimos alcançar uma compreensão mais precisa da capacidade de transmissão do vírus”, explicou Zeng.

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O jornal americano The New York Times estima que mais de 4,4 milhões de pessoas contraíram a Covid-19 e mais de 302.000 morreram em decorrência da doença em todo o mundo. Os Estados Unidos, epicentro da pandemia, respondem por mais de 30% desses enfermos e cerca de 28% desses mortos.

Corte de relações

No mesmo dia em que Wang criticou o governo americano, Trump disse que não queria falar naquele momento com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, devido ao tratamento que Pequim deu à pandemia de coronavírus. Trump ainda chegou a sugerir que poderia “cortar todas as relações” com a China.

“Economizaríamos 500 bilhões de dólares, se cortássemos todas as relações”, alegou o presidente americano em referência à balança comercial entre os dois países, que obviamente não é determinada apenas pelas políticas tomadas pelos governos americano e chinês, mas também pela demanda e oferta na inciativa privada.

Segundo o Departamento do Censo americano, os Estados Unidos teve um déficit comercial com a China de aproximadamente 345 bilhões de dólares em 2019.

“A China agora fabrica 30% dos produtos industriais do mundo e possui 30% do volume comercial do mundo. Portanto, considerando fatores como custos, mão de obra e trabalhadores, infraestrutura e custos operacionais, como a cadeia de suprimentos na China pode ser realocada durante a noite por outro país à vontade? ”, criticou Wang.

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Rivalidade

“A rivalidade entre países não é uma ‘doença’ do sistema internacional. Pelo contrário, é natural que isso aconteça”, disse o embaixador Gelson Fonseca em debate online do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em 4 de maio. 

“O sistema internacional fica disfuncional quando há exigências de cooperação que são evidentes, mas elas não acontecem”, acrescentou.

(Com EFE e Reuters)

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