Corrupção coloca credibilidade da UE em xeque, dizem autoridades
No último final de semana, quatro pessoas foram acusadas de receber dinheiro e presentes do governo de um país do Golfo Pérsico
O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira, 12, que as prisões por supostos casos de corrupção no Parlamento Europeu são “muito, muito preocupantes”.
A polícia da Bélgica apreendeu cerca de 600.000 euros (R$ 3,3 milhões) em 16 buscas realizadas em Bruxelas na última sexta-feira 9, além de computadores e celulares que foram levados para analisar seu conteúdo.
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De acordo com os promotores, um estado do Golfo Pérsico – provavelmente o Catar – tentou influenciar o parlamento e vinha doando dinheiro e presentes há vários meses. Doha nega as acusações.
Por conta disso, quatro pessoas foram acusadas no último domingo, entre elas a vice-presidente do Parlamento Europeu, a grega Eva Kaili, que se acredita estar entre as detidas – nenhum nome foi citado publicamente. Sua área de atuação inclui o Oriente Médio e ela já defendeu o Catar em mais de uma oportunidade no passado.
“Eles são acusados de participação em uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção”, disse a procuradoria federal belga em comunicado.
Kaili, que foi eurodeputada por oito anos, foi suspensa de suas funções como uma das 14 vice-presidentes da Casa e do Grupo dos Socialistas e Democratas do parlamento, além de ser expulsa do partido grego de centro-esquerda Pasok.
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Segundo especialistas e eurodeputados da oposição, a investigação de suborno pode representar um dos maiores escândalos de corrupção da história da União Europeia.
Além de Borrell, o ministro das Relações Exteriores, Simon Coveney, disse que as ações eram muito prejudiciais ao bloco e que “é preciso chegar ao fundo disso o mais rápido possível”. Já para a chanceler alemã, Annalena Baerbock, o caso coloca em jogo a credibilidade da Europa.
“Este é um incidente inacreditável que deve ser completamente esclarecido com toda a força da lei. Trata-se da credibilidade do continente, então isso deve desencadear consequências em várias áreas”, disse ela a repórteres nesta segunda-feira.
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A presidente do parlamento, Roberta Metsola, de Malta, voou até Bruxelas no final de semana para supervisionar a operação de busca e apreensão na casa dos eurodeputados envolvidos. Segundo seu porta-voz, “o Parlamento Europeu se posiciona firmemente contra a corrupção e está cooperando plenamente com os investigadores”.