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Coronavírus: Espanha registra mais de 1.000 mortos e espera pelo pior

Total de casos confirmados chega a 19.980; autoridades temem que o sistema de saúde espanhol não aguente atender todos os novos pacientes

Por Da Redação
20 mar 2020, 13h07

O governo espanhol divulgou nesta sexta-feira, 20, que 1.002 pessoas morreram em decorrência da  Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. O total de casos diagnosticados alcançou 19.980 – dos quais 1.141 estão internados em estado grave. O avanço do vírus pelo país preocupa as autoridades, que temem não haver leitos suficientes para tratar dos enfermos.

Enquanto o coronavírus se alastra pela Europa, sendo a Itália o epicentro do continente, as autoridades espanholas não conseguem vislumbrar um cenário positivo para as próximas semanas. Assim como na Itália, a Espanha tem expressiva população idosa, a mais vulnerável ao coronavírus. “Os piores dias estão chegando”, disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, ao divulgar os novos números nesta sexta. Illa admitiu que não sabe se as medidas emergenciais tomadas pelo governo serão suficientes para conter o avanço da doença.

A propagação do vírus começa a levantar dúvidas se o sistema de saúde espanhol conseguirá aguentar um número cada vez maior de infectados. As regras de utilização do governo espanhol para as UTIs continuam as mesmas. Ou seja, leva-se em conta a probabilidade de cura do paciente independentemente de sua idade. Nesta sexta-feira, porém, o diretor do Centro de Coordenação de Emergências do Ministério da Saúde, Fernando Simón, disse que quando houver a sobrecarga dos 4.400 leitos entre hospitais públicos e privados, os critérios para o uso das UTIs deverá ser mais restritivo.

O plano do governo espanhol para os leitos diz que, na ausência de leitos de UTIs “mortes potencialmente evitáveis” podem ocorrer uma vez que o fluxo de paciente seja tão grande que eles deverão passar por uma triagem. “Os protocolos de triagem foram desenvolvidos para UTIs com base na probabilidade de que as necessidades durante um desastre sejam maiores que a disponibilidade”, diz o documento.

Com o aumento do número de casos, a Espanha se tornou o segundo país mais afetado da Europa. Em terceiro lugar vem a Alemanha que, apesar de ter diagnosticado mais de 8.000 casos do vírus, registrou apenas 13 mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Questionado por repórteres sobre o porquê de a taxa de mortalidade da Alemanha ser tão baixa, o espanhol Fernando Simón respondeu: “Não sei explicar”.

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“Estamos fazendo um esforço para tentar entender o que está acontecendo na Alemanha”, disse ele. “É uma situação difícil de entender, não só por nós, mas globalmente”, reiterou.  A baixa mortalidade na Alemanha, onde também é expressiva a parcela idosa da população, contrasta com a registrada na Espanha, onde já ultrapassa 5%, e na Itália, acima de 8%.

A pandemia do novo coronavírus teve seu início ainda no final de 2019, em Wuhan, capital da província de Hubei, na China. No total, a Covid-19 infectou mais de 200.000 pessoas pelo mundo e matou cerca de 10.000 delas. No Brasil, são 651 casos confirmados da doença e sete mortes.

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