Coreia do Sul revela primeiros detalhes sobre queda de avião que matou 179
Relatório preliminar sobre queda de um Boeing da companhia aérea Jeju Air foi enviado à agência de aviação da ONU e autoridades dos EUA

As autoridades da Coreia do Sul por trás da investigação sobre um acidente que matou 179 pessoas no final de dezembro enviaram, nesta segunda-feira, 27, um relatório preliminar com suas primeiras descobertas à agência de aviação das Nações Unidas, bem como aos Estados Unidos, França e Tailândia.
A investigação sobre o desastre aéreo mais mortal na história da Coreia do Sul continua em andamento. Mas o relatório disponibilizado nesta segunda-feira já se debruçou sobre o papel da “colisão da aeronave com pássaros” e envolveu uma análise dos motores e da estrutura de orientação de pouso do “localizador” no avião.
“Essas atividades de investigação completa visam determinar a causa precisa do acidente”, disse o texto.
A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), braço das Nações Unidas, exige que investigadores apresentem um relatório preliminar dentro de 30 dias de um acidente, além de incentivar que um relatório final seja publicado dentro de 12 meses.
Relembre o caso
O jato Boeing 737-800, que saiu de Bangkok, capital tailandesa, com destino ao Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, deslizou sobre a pista ao fazer uma aterrissagem de emergência, não acionou o trem de pouso e colidiu com um muro de concreto – a estrutura do localizador –, explodindo em chamas. Todos, exceto dois, dos 181 passageiros e tripulantes a bordo morreram em 29 de dezembro.
O localizador auxilia a navegação de uma aeronave que se aproxima da pista, e a estrutura construída de concreto armado no aeroporto de Muan, que sustenta as antenas do sistema, provavelmente foi a causa do desastre, disseram especialistas.
Descobertas iniciais
O relatório destacou muitas das descobertas iniciais dos investigadores sul-coreanos, que já haviam sido compartilhadas com as famílias das vítimas. Foi confirmado, por exemplo, que os pilotos notaram e discutiram um bando de pássaros que avistaram enquanto se aproximavam do aeroporto.
O horário exato do incidente com os pássaros permanece não confirmado, segundo o relatório do acidente, mas a aeronave “fez uma declaração de mayday devido a uma colisão com pássaros durante uma volta”.
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“Ambos os motores foram examinados, e penas e manchas de sangue de pássaros foram encontradas em cada um”, disse o documento. “Após a colisão com o aterro, ocorreu um incêndio e uma explosão parcial. Ambos os motores foram enterrados no monte de solo do aterro, e a fuselagem dianteira se espalhou de 30 a 200 metros do aterro”, completou.
O relatório não informa o que pode ter levado os dois gravadores de dados a quebrarem simultaneamente, pouco antes dos pilotos declararem mayday. A aeronave estava a uma altitude de 152 metros, voando a 298 km/h, no momento em que as caixas-pretas deixaram de funcionar.