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Coreia do Sul proíbe música que enaltece Kim Jong-un como ‘grande líder’

Sucesso nas redes sociais, a canção define presidente norte-coreano como 'caloroso' e 'benevolente', violando lei de segurança nacional de Seul

Por Da Redação
Atualizado em 21 Maio 2024, 13h57 - Publicado em 21 Maio 2024, 13h01

A Comissão de Padrões de Comunicação da Coreia do Sul (KCSC), agência reguladora de mídia, proibiu nesta segunda-feira, 20, o acesso à música e ao clipe da música Friendly Father (Pai amigo, em português) por promover “guerra psicológica” da Coreia do Norte contra o país. Sucesso nas redes sociais, a canção enaltece o presidente norte-coreano, Kim Jong-un, como “caloroso”, “benevolente” e um “grande líder”.

“O vídeo é um conteúdo típico ligado à guerra psicológica contra a Coreia do Sul, pois foi postado em um canal operado para se conectar com o mundo exterior e focado principalmente na idolatria unilateral e glorificando Kim”, disse o comunicado da KCSC.

A letra da música afirma que o líder de Pyongyang “está segurando seus 10 milhões de filhos nos braços” e cuidando de cada um “com todo o coração”. Ela também insta os ouvintes a “cantar” e “gabar-se de Kim Jong-un”. Por isso, viola a lei de segurança nacional da Coreia do Sul, que proíbe acesso a sites e meios de comunicação que tenham finalidade de “elogiar, incitar ou propagar” decisões de Kim.

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Embate entre as Coreias

O clipe da canção foi divulgado em abril deste ano na televisão da Coreia do Norte e mostra crianças felizes exaltando o presidente. Em meio ao seu sucesso, autoridades de inteligência de Seul solicitaram uma revisão da lei de segurança para, então, tomar as decisões cabíveis. No TikTok, usuários sul-coreanos disseram que a música os acompanha em tarefas do dia a dia, incluindo na academia e enquanto fazem o dever de casa, atiçando a proibição da música em escala nacional.

Não é a primeira vez que o governo sul-coreano utiliza a lei para bloquear o acesso a conteúdos vindos do vizinho. No ano passado, uma série de sites e canais foram restringidos por “razões propagandistas” após pedido da agência de espionagem. As restrições são reflexo da guerra, tecnicamente, ainda em curso entre as Coreias, uma vez que o conflito entre os países foi suspenso por um armistício, não um tratado de paz.

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