Coreia do Sul devolve à China corpos de soldados mortos há mais de 70 anos
Restos mortais de 88 militares chineses da Guerra da Coreia foram repatriados; ação foi definida como símbolo de 'cooperação amistosa' entre os países
A Coreia do Sul devolveu nesta sexta-feira, 16, à China os restos mortais e pertences de 88 soldados chineses mortos na Guerra da Coreia, que ocorreu entre 1950 e 1953. A ação de repatriação de despojos de militares ocorre desde 2014 entre as nações asiáticas e segue as normas das lei humanitária internacional.
A cerimônia de entrega foi realizada no Aeroporto Internacional de Incheon, a oeste da capital sul-coreana e contou com a presença do vice-ministro chinês de Assuntos dos Veteranos, Chang Zhengguo, e do vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Lee Do-hoon.
“Repatriar os restos mortais dos mártires patrióticos voluntários de ambos os lados (é) um símbolo importante do novo desenvolvimento das relações China-Coreia”, disse Zhengguo, pontuando que a ação é sinal de relações bilaterais maduras e saudáveis entre as nações.
Na mesma toada, o vice-chanceler sul-coreano se referiu à repatriação como um “símbolo de cooperação amistosa” entre China e Coreia do Sul.
Os guardas de honra chineses escoltaram as urnas funerárias, que também continham artefatos pessoais como relógios, selos, sapatos e fotografias desbotadas, até um avião da Força Aérea nacional.
No sábado, 17, eles serão enterrados no cemitério dos mártires dos Voluntários do Povo Chinês em Shenyang, capital da província de Liaoning, nordeste da China, informou o jornal estatal Global Times.
De acordo com informações da mídia estatal de Pequim, um total de 825 restos mortais de soldados chineses haviam sido repatriados entre 2014 e 2021. Além dos 88 conjuntos entregues nesta sexta-feira, outros 79 ainda serão devolvidos por Seul.
Mais de 180.000 militares chineses morreram na Guerra da Coreia, que Pequim chama de “Guerra para Resistir à Agressão dos Estados Unidos”.
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Em 1950, a China enviou soldados para a Península Coreana, para apoiar a Coreia do Norte no combate contra as forças combinadas da Coreia do Sul, Estados Unidos e outros países membros das Nações Unidas.
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Os chineses empurraram esse exército aliado de volta para a península, resultando em um impasse na fronteira que divide as Coreias do Norte e do Sul e que persiste até hoje.