Coreia do Norte lança novo míssil, dizem militares do Sul
Regime de Pyongyang realizou mais um teste balístico após hiato de dois meses
A Coreia do Norte disparou um novo míssil balístico após um hiato de dois meses, segundo informações do Exército da Coreia do Sul. De acordo com comunicado divulgado pelo Estado-Maior, o projétil foi lançado na madrugada desta quarta-feira (horário local) de Pyongsong, cerca de 30 quilômetros a nordeste da capital Pyongyang, em direção ao leste. Militares sul-coreanos e americanos investigam o caso, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O regime de Pyongyang, liderado pelo ditador Kim Jong-un, tem elevado a belicosidade na península coreana e causado consternação mundial. A justificativa da Coreia do Norte para o seu programa balístico-nuclear é ter uma dissuasão a um possível ataque das forças militares dos EUA baseadas na Coreia do Sul e no Japão.
O lançamento do míssil balístico não identificado também foi confirmado pelo gabinete do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. O último teste havia ocorrido em meados de setembro, quando o regime de Kim Jong-un lançou um projétil que sobrevoou a ilha japonesa de Hokkaido antes de cair no Oceano Pacífico – tal como no teste de 28 de agosto.
Nesta terça, Tóquio detectou sinais de rádio que indicavam o preparo de um lançamento de míssil balístico por Pyongyang. Como esse tipo de sinais não são incomuns e imagens de satélite não mostravam novas atividades em solo, uma fonte do governo japonês demonstrou cautela e disse à agência Reuters que as pistas “não eram o bastante” para confirmar as intenções norte-coreanas, que se concretizaram durante a madrugada da península.
Pretensão nuclear
Cho Myoung-gyon, ministro da Unificação da Coreia do Sul, anunciou nesta terça que Pyongyang poderia anunciar em 2018 a conclusão de seus programas nuclear e balístico. “Os especialistas acreditam que a Coreia do Norte pode demorar dois ou três anos para completar seu programa, mas eles já surpreenderam antes com a rapidez dos seus avanços”, disse o oficial sul-coreano a jornalistas em Seul, antes do lançamento do novo míssil pelos vizinhos do Norte.
A atividade militar norte-coreana acontece menos de uma semana após o regime de Kim Jong-un ter sido incluído pelos Estados Unidos em sua lista de países que patrocinam o terrorismo. Desde então, a agência de inteligência sul-coreana alertava sobre a possibilidade de Pyongyang conduzir testes para aperfeiçoar sua tecnologia de misseis de longo alcance.
A Coreia do Norte diz que seu programa armamentista é uma defesa necessária contra os Estados Unidos, que possuem 28.500 militares instalados na Coreia do Sul. De acordo com a rede CNN, Pyongyang conduziu quinze testes balísticos desde fevereiro, com 22 misseis sem cargas explosivas disparados. As medidas, em conjunto com os experimentos nucleares registrados no país, resultaram em sanções aplicadas contra o país pelo Conselho de Segurança da ONU.