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Coreia do Norte dispara mísseis balísticos em meio a exercícios militares de Seul

Pyongyang vê treinos conjuntos dos militares sul-coreanos e com os EUA como um 'ensaio de invasão'

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 10 mar 2025, 08h50 - Publicado em 10 mar 2025, 08h29

O líder norte-coreano Kim Jong-Un (C) usa um par de binóculos para olhar para o sul durante sua visita ao Destacamento de Defesa da Ilhota Jangjae e ao Destacamento de Defesa do Herói da Ilha Mu na frente, perto da fronteira com a Coreia do Sul, a sudoeste de Pyongyang March 7, 2013 nesta foto divulgada pela agência de notícias oficial do Norte KCNA em Pyongyang em 8 de março de 2013. AFP/KCNA (COREIA DO NORTE - — O líder norte-coreano Kim Jong-Un (C) usa um par de binóculos para olhar para o sul durante sua visita ao Destacamento de Defesa da Ilhota Jangjae e ao Destacamento de Defesa do Herói da Ilha Mu na frente, perto da fronteira com a Coreia do Sul - 07/03/2013 (Foto: KCNA/AFP)

A Coreia do Norte disparou vários mísseis balísticos no mar nesta segunda-feira, 10, informaram os militares da Coreia do Sul, horas depois que tropas sul-coreanas e americanas iniciaram seu exercício militar conjunto anual. Pyongyang vê os treinos como um “ensaio de invasão”.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul afirmou que os disparos, o quinto lançamento de mísseis da Coreia do Norte só neste ano, foram detectados na província de Hwanghae, no sudoeste da Coreia do Norte. Segundo as autoridades sul-coreanas, se tratam de armas de curto alcance. Os militares disseram que Seul reforçou sua postura de vigilância e está em estreita coordenação com os Estados Unidos.

“Ensaio de guerra”

Mais cedo nesta segunda-feira, os militares sul-coreanos e americanos começaram seu exercício anual, o Freedom Shield (“escudo da liberdade”, em tradução livre). Este é o primeiro grande treinamento conjunto desde que Donald Trump retornou à Casa Branca. Há diversos outros exercícios de guerra conjuntos conectados com o Freedom Shield.

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte alertou nesta segunda-feira que os exercícios conjuntos arriscam desencadear um “conflito físico” na Península Coreana. A pasta chamou os treinamentos de um “ensaio de guerra agressivo e confrontacional” e reiterou as metas declaradas do líder do país, Kim Jong-un, para um “crescimento radical” de sua força nuclear, com o objetivo de combater o que ele afirma serem ameaças crescentes representadas pelos Estados Unidos e seus aliados asiáticos.

Acidente grave

O Freedom Shield deste ano ocorreu depois que os militares sul-coreanos e americanos interromperam o uso de munições reais nos exercícios, depois de dois caças da Coreia do Sul bombardearem por engano uma área civil durante um treino de aquecimento na semana passada. Seul ainda investiga o episódio, e oficiais afirmaram que o uso de munições reais só será retomado após a conclusão do inquérito e a implementação de medidas preventivas.

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Cerca de 30 pessoas ficaram feridas, duas delas gravemente, depois que dois caças KF-16 dispararam por engano oito bombas MK-82 em Pocheon, uma cidade perto da fronteira com a Coreia do Norte, na última quinta-feira.

A avaliação inicial da força aérea sul-coreana foi que um dos pilotos do KF-16 inseriu as coordenadas erradas e não conseguiu verificar visualmente o alvo antes de prosseguir com o bombardeio. O segundo piloto tinha as coordenadas corretas, mas se concentrou apenas em manter a formação de voo, e lançou as bombas seguindo as instruções do primeiro piloto sem perceber que o alvo estava errado.

O general Lee Youngsu, chefe do Estado-Maior da Força Aérea sul-coreana, pediu desculpas nesta segunda-feira pelos danos causados pelo bombardeio, que ele disse que “nunca deveria ter acontecido e nunca deve acontecer novamente”.