Confronto entre facções rivais deixa 116 mortos em prisão no Equador
Mais de 200 detentos morreram em rebeliões em penitenciárias do país apenas em 2021
Um confronto entre grupos rivais de detentos deixou 116 mortos e 80 feridos no presídio Número 1 de Guayaquil, no Equador. O presidente Guillermo Lasso descreveu o motim como “lamentável” e “triste” e revelou que nenhum agente penitenciário está entre as vítimas.
“É lamentável que as prisões estejam sendo transformadas em um território de lutas pelo poder entre gangues criminosas”, afirmou o presidente equatoriano, que declarou “estado de exceção” em todo o sistema penitenciário do país nesta quarta-feira 29.
“O estado de exceção foi declarado para graves tumultos internos em todas as penitenciárias que compõem o sistema de reabilitação social em todo o país por um período de 60 dias a partir da assinatura deste decreto executivo”, diz o documento firmado pelo governante para fazer valer a medida.
De acordo com as autoridades, gangues rivais, algumas vinculadas a cartéis mexicanos, disputavam o controle de um dos pavilhões do presídio conhecido como Penitenciária do Litoral. Eles usaram, facas, pedaços de pau e de metal, armas de fogo e até mesmo granadas no confronto.
Imagens divulgadas na imprensa equatoriana e em redes sociais mostravam detentos caminhando pelos telhados e fazendo disparos. Um cordão militar foi montado ao redor do presídio na noite de terça-feira 28.
Lasso também informou que foi iniciado um processo de coordenação entre diferentes instituições estatais, com o objetivo de “recuperar firmemente o controle da Penitenciária do Litoral e evitar a repetição desses eventos em qualquer outro centro penitenciário do Equador”.
Este não é o primeiro motim a atingir uma penitenciária no país neste ano. Há duas semanas, o mesmo presídio foi atacado com drones contendo explosivos. Mais de 200 detentos morreram em rebeliões apenas em 2021.