Conflito entre Hamas e Israel divide universidades dos EUA
A guerra na Faixa de Gaza virou motivo de intensos debates em Columbia e Harvard entre defensores do Estado judeu e da causa palestina
Os estudantes das universidades de Harvard e Columbia, nos Estados Unidos, seguem cada vez mais divididos sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Em protesto nesta quinta-feira 12, o gramado do prestigioso campus de Nova York foi palco do embates quentes entre os grupos.
Enquanto um lado gritava “Palestina livre”, o outro permaneceu em silêncio, com manifestantes envoltos em bandeiras de Israel e empunhando cartazes com as fotos das vítimas dos ataques do Hamas. Entre os dois grupos, a única coisa em comum foi a troca de acusações mútuas de uma suposta “sede de sangue”.
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Para os Estudantes Nacionais pela Justiça na Palestina de Columbia, que estavam reunidos pelo “dia da resistência”, a ação do Hamas foi “uma vitória histórica” e as retaliações impostas por Israel, que também estão resultando em muitas mortes, não devem ser ignoradas.
A manifestação do grupo em apoio à população de Gaza tinha por objetivo lembrar ao mundo que os palestinos são seres humanos que merecem viver com dignidade e livres da ocupação de israelenses, segundo integrantes. Para eles, a violência do Hamas não aconteceu no “vácuo”.
Os alunos simpatizantes da causa israelense caracterizaram as posições dos manifestantes pró-Palestina como um gesto de “alegria pelo assassinato”. Um cartaz erguido em meio aos judeus dizia “Parem de celebrar a violação, o rapto e o massacre do nosso povo”, e outro pedia por “empatia”.
O antagonismo foi reacendido com o ataque surpresa do Hamas no último sábado 7, que deixou ao menos 1.300 israelenses mortos, e a resposta de Israel ao longo da semana, com um cerco total e bombardeios intensos à Faixa Gaza, que já mataram 1.799 palestinos. Nos campi americanos, a guerra é de narrativas e posicionamentos.
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Uma carta pró-Palestina assinada por cerca de 30 alunos de Harvard, na qual afirmam considerar o regime israelense inteiramente responsável por toda a violência que se desenrola atualmente no Oriente Médio, também ajudou a acirrar os ânimos.
Lawrence Summers, antigo reitor da universidade, criticou a atual gestão por não ter criticado a declaração dos estudantes e por não ter feito uma condenação mais forte ao Hamas.
“Em quase 50 anos de afiliação a Harvard, nunca me senti tão desiludido e alienado como estou hoje”, disse ele em publicação no X, antigo Twitter.