Como Tóquio se tornou a edição mais cara das Olimpíadas
Adiamento dos Jogos em um ano e ausência de público nos estádios e nas ruas elevaram os gastos
A Olimpíada de Tóquio tornou-se a mais cara da história dos Jogos, deixando para trás edições que romperam o teto de gastos previstos, como Londres, em 2012, e o Rio, em 2016.
Quando anunciado, oito anos atrás, Tóquio possuía orçamento inicial de 7,4 bilhões de dólares. Houve, no entanto, um imprevisto de proporções inimagináveis nesse meio tempo: a pandemia. O adiamento provocado pelo novo coronavírus é apontado como responsável pelo principal responsável pelo reajuste de quase 70% do orçamento, que agora alcança 15,4 bilhões de dólares.
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Os maiores gastos são referentes às construções de novas instalações para receber as modalidades. O centro aquático, o novo estádio Nacional de Tóquio e as arenas poliesportivas custaram ao todo três bilhões de dólares. Somado às reformas de espaços já existentes na cidade, esse valor chegou a 7,5 bilhões de dólares, já ultrapassando o orçamento inicial.
De acordo com especialistas, o aumento do montante inicialmente previsto é uma prática comum nas edições dos Jogos. Porém, o atraso de um ano para o início do evento levou a capital japonesa a outro patamar. Renegociação e extensão de contratos e a manutenção de trabalhadores elevaram ainda mais os custos.
Além disso, a pandemia não acabou. Desse modo, gastos adicionais para adaptar a cidade às novas medidas sanitárias elevaram os custos a mais de 2,5 bilhões de dólares, de acordo com os organizadores.
Outro fator negativo diz respeito à venda de ingressos. Com a crescente de novos casos em Tóquio próximo ao início dos Jogos, a presença de público ficou vetada, salvo alguns eventos realizados fora da capital.
Desse modo, estima-se que o país deixou de ganhar cerca de 800 milhões de dólares com a venda de entradas, além de dois bilhões que seriam gastos em restaurantes, hotéis e comércios espalhados pela capital.
O Comitê Olímpico Internacional juntamente com patrocinadores dos Jogos contribuíram com mais de 3,6 bilhões de dólares para cobrir eventuais gastos causados pela pandemia, valor que analistas afirmam ser bem abaixo do necessário.