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Como funcionam as redes de informantes que ajudam imigrantes a driblar Trump

Grupos de latinos nas redes são usados para divulgar detalhes sobre como e onde estão acontecendo as batidas da ICE, a polícia de imigração dos EUA

Por Redação 29 jan 2025, 12h54

Redes de informantes latinos que vivem ilegalmente no Texas e na Califórnia, nos Estados Unidos, estão alertando sobre como e onde estão acontecendo as batidas da ICE, a temida polícia de imigração, para deportar centenas de ilegais já nos primeiros dias de mandato do presidente Donald Trump, segundo informações obtidas pelo jornal colombiano El Tiempo nesta terça-feira 28. 

Os informantes utilizam canais de grupos latinos para divulgar detalhes sobre as batidas policiais, com o objetivo de evitar que mais imigrantes sejam pegos. Desde o último domingo 26, o governo federal despachou agentes da ICE e do Departamento de Segurança Interna a locais como Chicago, Newark e Miami, prendendo mais de 2 mil pessoas em colaboração com o FBI e a DEA, a agência antidrogas, inclusive em escolas e igrejas, intocáveis durante a gestão de Joe Biden. 

Segundo o El Tiempo, há casos documentados em que agentes da ICE foram às casas de colombianos, mexicanos e hondurenhos e os levaram algemados, de chinelos e Crocs, e os colocaram em um avião militar no domingo, quando a temperatura era de -9ºC.

“De Lake Elsinore, Murrieta e Temecula (Califórnia) há patrulhas de imigração pelas vias 15 e 215, especialmente nas saídas”, diz uma mensagem da rede, obtida pelo jornal colombiano. Os informantes também indicam onde ficam os postos de controle em San Diego, uma das maiores cidades do estado.

Além de divulgar locais de batidas policiais, os informantes monitoram denúncias feitas por cidadãos americanos comuns contra imigrantes considerados “suspeitos” nas redes sociais, uma prática incentivada inclusive por anúncios do governo na TV. Um professor da Escola Northside, no Texas, que convidou os policiais a invadirem sua sala de aula para capturar alunos imigrantes, por exemplo, se tornou alvo de queixas.

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“Todos deveriam vir para Fort Worth, no Texas, para a Escola Northside. Tenho muitos alunos que nem sequer falam inglês e estão entre o segundo e terceiro ano do ensino médio. Eles têm que se comunicar comigo por meio do tradutor do iPhone”, disse o professor nas redes. 

A Patrulha da Fronteira e os agentes do ICE estão expandindo suas operações para estacionamentos, postos de gasolina, ruas e até mesmo em volta de escolas onde há crianças latinas. Segundo a emissora americana CNN, os agentes trabalham agora com “cotas” de prisão, com o objetivo de superar o número de detenções feitas pelo Departamento de Imigração e Alfândega no ano passado. Na última semana, o número de imigrantes presos aumentou de 1.200 para 1.500 por dia.

Após diversas pessoas relatarem um tratamento “degradante” durante as operações de deportação, até os meios de comunicação locais passaram a dar instruções sobre os direitos que os imigrantes irregulares têm ao serem detidos e recomendar que estrangeiros só saiam de casa com um kit que inclui documentos e uma lista de contatos para caso sejam parados pela ICE. 

Os relatos ganharam ainda mais força depois que os primeiros voos com ilegais começaram a chegar em seus países de destino na semana passada. No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “degradante” a circulação de deportados algemados dentro do país. Os passageiros que chegaram a Belo Horizonte relataram agressões e humilhações durante os voos, além de problemas na aeronave, como falhas no ar-condicionado.

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