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Começam audiências públicas da investigação contra Trump no Congresso

'Trump estava mais preocupado em investigar Biden', afirma embaixador interino dos Estados Unidos na Ucrânia, William Taylor

Por Da Redação
13 nov 2019, 22h26

Novas evidências que reforçam as suspeitas de abuso de poder do presidente Donald Trump surgiram nesta quarta-feira, 13, no primeiro dia de transmissão pela televisão das audiências públicas no Congresso dos Estados Unidos para determinar se o presidente republicano deve sofrer o impeachment.

William Taylor, embaixador interino de Washington em Kiev que já depôs a portas fechadas no final de outubro, declarou ao Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, onde são realizados os interrogatórios, que recentemente soube de um telefonema entre Trump e o embaixador americano na União Europeia, Gordon Sondland.

Segundo Taylor, que se baseou em comentários de um colega que teria conversado com Sondland sobre o presidente, Trump se “importava mais” que o governo ucraniano investigasse o pré-candidato democrata à presidência em 2020 Joe Biden que a situação na Ucrânia, em luta contra separatistas apoiados pela Rússia.

Sondland disse que “Trump estava mais preocupado em investigar Biden”, afirmou Taylor, em referência à suposto acusação de que o então vice-presidente americano Biden teria acobertado um caso de corrupção envolvendo seu filho Hunter, que fez parte do conselho da empresa de gás ucraniana Burisma.

Desde as primeiras pesquisas eleitorais após o anúncio de sua entrada no final de abril na corrida presidencial, Biden é um dos favoritos entre os pré-candidatos democratas para enfrentar Trump nas eleições de 2020.

“Reter assistência militar em troca de ajuda com uma campanha política nacional nos Estados Unidos seria uma loucura”, afirmou Taylor.

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Taylor também disse que as pressões para abertura de investigação contra Biden e o filho provinham de “um canal diplomático irregular” que envolvia o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani.

“Muito ocupado”

O presidente americano, que garante que seu comportamento é “irrepreensível”, disse mais uma vez que a investigação iniciada em 24 de setembro pela oposição é uma “caça às bruxas” e acrescentou que estava “muito ocupado” para acompanhar as audiências na televisão. No mesmo dia, Trump recebeu o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na Casa Branca.

Trump é o terceiro presidente na história dos Estados Unidos a ser ameaçado de impeachment, depois de Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998, sendo que nenhum deles foi afastado do cargo.

É pouco provável que Trump perca o mandato, já que para isso seria necessária sua condenação no Senado, onde os republicanos são maioria.

“Sem rancor”

Ao abrir as audiências, o deputado democrata que lidera a investigação, Adam Schiff, disse que as principais questões da investigação — se Trump abusou de seu poder e se, caso isso seja provado, ele venha a se julgado por isso — devem ser respondidas “sem rancor”, “sem demora” e “sem favoritismos ou preconceitos de terceiros”.

Além de Taylor, testemunha também um alto funcionário do Departamento de Estado especialista na Ucrânia, George Kent. Ambos já disseram aos parlamentares que Trump usou a ajuda militar americana para forçar o presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, a investigar os Biden.

Kent considerou nesta quarta que pedidos deste tipo “ferem o Estado de direito”.

Faltando um ano para as eleições presidenciais, as audiências públicas acarretam grandes riscos para os dois partidos: uma apertada maioria dos americanos apoia um processo de impeachment contra o presidente, segundo pesquisas.

(Com AFP)

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