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Comandante da polícia boliviana renuncia ao cargo a pedido do Exército

Anúncio vem após uma noite violenta no país; embaixadora venezuelana denuncia ataque com dinamite contra sede diplomática em La Paz

Por Da Redação
Atualizado em 11 nov 2019, 14h50 - Publicado em 11 nov 2019, 14h00

O comandante da polícia da Bolívia, Yuri Calderón, renunciou ao posto nesta segunda-feira, 11, após a alta cúpula do Exército boliviano ter pedido sua saída. Segundo os militares, um novo chefe será escolhido para “devolver a ordem” após uma noite de saques e incêndios na cidade de La Paz.

A informação foi confirmada pelo diretor de comunicação da Polícia Boliviana, Ruddy Uria, em uma entrevista à rádio Panamericana. Segundo Uria, a alta cúpula do Exército pediu a renúncia do comandante e agora trabalha para nomear um chefe interino.

“Vamos organizar grupos nas cidades mais violentas. Peço aos cidadãos que colaborem conosco. Para as pessoas que ainda não sabem que a democracia voltou ao nosso país, peço que não cometam excessos, porque nós as enviaremos às prisões. Agarraremos todas as cabeças que estão semeando a discórdia em nosso país”, afirmou.

A renúncia do comandante veio após uma noite violenta no país. Durante a madrugada que se seguiu após renúncia do ex-presidente Evo Morales, lojas foram saqueadas, incêndios e confronto entre manifestantes foram registrados na cidade de La Paz. Morales denunciou pelo Twitter que manifestantes “golpistas” invadiram sua casa e a de sua sogra, além de ameaçarem de morte seus ministros junto com seus familiares.

Embaixada venezuelana atacada

A embaixadora Crisbeylee González denunciou, no domingo 10, que manifestantes da oposição ao ex-presidente boliviano Evo Morales atacaram com dinamites e tomaram a sede da representação diplomática da Venezuela, após a renúncia de Morales.

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“Com dinamite, encapuzados com escudos tomaram a embaixada venezuelana na Bolívia. Estamos bem e seguros, mas querem fazer um massacre. Ajude-nos a denunciar essa barbárie”, disse González em um áudio enviado para a Agência Boliviana de Informação.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um grupo de manifestantes na frente da embaixada. O homem que grava o vídeo defende que a sede da representação diplomática venezuelana seja tomada à força pela população.

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Os distúrbios na Bolívia ocorrem desde as eleições presidenciais do dia 20 de outubro, quando Evo Morales concorreu ao seu quarto mandato consecutivo. Sob acusações de que Morales teria ganho via fraude, o presidente pediu uma auditoria à Organização dos Estados Americanos (OEA). O relatório da OEA apontou irregularidades no domingo. Morales seguiu a recomendação da organização, que pediu a anulação das eleições.

O Exército boliviano, no entanto, sugeriu que o presidente renunciasse ao cargo. Pressionado por uma parcela da população liderada pelo opositor Luis Camacho, um empresário e pastor evangélico, e pela oposição política, Morales resolveu deixar o cargo para ajudar a “pacificar o país”.

As horas que seguiram sua renúncia foram recheadas de especulações quanto ao futuro do ex-presidente. O temor de que Morales seria preso pela polícia aumentava, já que horas antes, a presidente do Tribunal Eleitoral, María Eugenia Choque, fora presa. O presidente do México, por outro lado, ofereceu asilo político a Morales devido ao processo que Morales classificou como “golpe de Estado” desde os primeiros dias após as eleições.

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