Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Chineses boicotam marcas que tentam pressionar o país

Roupas e calçados americanos e europeus perdem venda no e-commerce ao impor restrições ao algodão da província de Xinjiang

Por Sergio Figueiredo Atualizado em 28 mar 2021, 15h43 - Publicado em 28 mar 2021, 15h28

Xinjiang é chamada de região autônoma da China, mas, na prática, ela tem pouca autonomia, podendo legislar sobre alguns assuntos e costumes locais, mas nada que se oponha frontalmente ao governo central. A província, que fica no noroeste do país, é conhecida basicamente por abrigar uma etnia muçulmana, os uigures, estimada em mais de 8 milhões de habitantes, e por ser a maior produtora de algodão da China. Após os Estados Unidos, a União Europeia e as Nações Unidas alegarem que o algodão de Xinjiang seria processado por uigures em campos de trabalho forçado, marcas famosas do esporte e da moda publicaram declarações de que boicotariam a matéria-prima vinda daquela região. Elas não esperavam, entretanto, a reação dos consumidores e do comércio eletrônico chineses.

Não se sabe se a represália está sendo espontânea ou coordenada pelo partido comunista chinês, mas o fato é que companhias famosas como Nike, Adidas e a sueca H&M viram seus produtos serem retirados da venda on-line, além de receberem manifestações agressivas de consumidores. Tênis e roupas foram queimados em vídeos e as redes sociais começaram a pulular de cometários contra marcas que até então faturavam milhões de dólares no pujante mercado chinês. A H&M até se viu forçada a fechar 50 lojas temendo protestos violentos às suas portas, e celebridades chinesas que têm contratos com multinacionais como Converse anunciaram que cancelariam os acordos. Ao todo, pelos menos 11 marcas estão à mercê do chamado “boicote reverso”, que parece não ter prazo para terminar. O impacto afetou até o valor das empresas em bolsa.

A China nega as acusações de abuso contra a minoria uigure,. Já a Organização das Nações Unidas negocia uma visita à região para checar as condições dos camponeses. A comissária encarregada dos Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, afirmou que existem fortes indícios de escravização na colheita e processamento de algodão, além de detenção, violência e maus-tratos contra milhares de pessoas. Bachelet quer que os representantes da ONU façam uma visita livre, diferente das monitoradas que aconteceram no passado, nas quais o governo teria maquiado as reais condições em que a força de trabalho é empregada.

Cabe agora saber se as marcas boicotadas manterão sua posição quanto à decisão de barrar todo o algodão vindo de Xinjiang e como o e-commerce, tanto da parte dos vendedores on-line quanto da parte dos consumidores, se comportará daqui para frente. Não há confirmação de que a China aceitará a visita nos termos da ONU.

 

 

 

monitorada

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.