China promete apoio à Rússia e chama de ‘coerção’ ameaça de Trump sobre sanções
Declarações foram realizadas na reunião da Organização de Cooperação de Xangai, em Pequim, uma aliança entre países fora do eixo ocidental

O presidente da China, Xi Jinping, participou de um encontro com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, no qual prometeu fortalecer os laços com Moscou e definiu como “coerção” as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor sanções ao governo russo caso não avance com as negociações de paz na Ucrânia. As declarações foram realizadas na reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCS, na sigla em inglês), em Pequim, uma aliança entre países fora do eixo ocidental.
Xi disse a Lavrov que Moscou e Pequim devem “fortalecer o apoio mútuo em fóruns multilaterais”, além de “unir os países do Sul global e promover o desenvolvimento da ordem internacional em uma direção mais justa e razoável”. O Ministério das Relações Exteriores russo fez coro ao tom otimista e afirmou que “várias questões de contatos políticos bilaterais nos níveis mais altos e altos foram discutidas”. Entre os assuntos debatidos, estava a possível visita do presidente da Rússia, Vladimir Putin, à China para participar da OCS.
O líder chinês também destacou que “a confiança política mútua entre os Estados-membros (da OCS) se aprofundou”, segundo a emissora estatal CCTV. A organização, além disso, “explorou com sucesso um caminho de cooperação regional que se alinha às tendências da época e atende às necessidades de todas as partes, estabelecendo um modelo para um novo tipo de relações internacionais”.
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Críticas aos EUA
Além das promessas de ajuda, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, criticou os alertas de Trump de que lançará novas sanções contra o governo russo caso não coloque ponto final na guerra na Ucrânia em 50 dias. Lian destacou que a “China se opõe firmemente a todas as sanções unilaterais ilegais e à jurisdição de longo alcance”, acrescentando: “Não há vencedores em uma guerra tarifária, e coerção e pressão não resolverão os problemas”.
Antes da reunião entre Xi e Lavrov, o ministro russo já havia se encontrado com o seu homólogo chinês, Wang Yi, no domingo, 13, para abordar assuntos relacionados à Ucrânia e aos Estados Unidos. Pequim diz ser neutra no conflito, mas não condenou abertamente a invasão russa e não instou que as tropas de Putin batam em retirada do território ucraniano. A China também acusa os EUA e outros países ocidentais de prolongarem a guerra, iniciada em fevereiro de 2022.