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China faz acordo com Ilhas Salomão e amplia presença militar no Pacífico

Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia preocupam-se com o avanço do exército e influência chineses pelas ilhas do Pacífico

Por Amanda Péchy
19 abr 2022, 12h11

A China anunciou nesta terça-feira, 19, que assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão, que permite o trânsito de tropas de Pequim no Pacífico. A medida aumentou as preocupações dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia sobre o aumento da influência chinesa na região.

Na prática, o documento terceiriza a segurança do arquipélago, colocando as forças chinesas à disposição do governo das Ilhas para “proteger a infraestrutura do país” e controlar eventuais revoltas internas. Outros detalhes do pacto não foram divulgados.

Assim, o exército da China passa a ocupar mais uma região do Pacífico. O avanço de Pequim sobre o mar do Sul da China, na região entre Filipinas e Vietnã, já é contestado pelas nações do Sudeste Asiático.

A Austrália, a menos de 2.000 quilômetros das Ilhas Salomão, teme que o acordo justifique uma forte presença militar chinesa próximo à sua costa. A ministra das Relações Exteriores australiana, Marise Payne, disse estar decepcionada porque os detalhes não foram divulgados.

“Estamos preocupados com a falta de transparência com que este acordo foi desenvolvido, devido ao seu potencial para minar a estabilidade em nossa região”, disse em comunicado. Segundo a emissora nacional da Austrália ABC, um anúncio deve ser feito pelo primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, nos próximos dias.

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Na semana passada, Zed Seselja, ministro do Desenvolvimento Internacional e do Pacífico da Austrália, visitou Honiara para pedir a Sogavare que não assinasse o pacto de segurança. O premiê disse que o acordo de segurança proposto não incluiria uma base militar chinesa, mas seria destinado a aumentar a cooperação entre os dois países, especialmente no comércio.

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Na segunda-feira 18, a Casa Branca disse que uma delegação de alto nível dos Estados Unidos, incluindo o coordenador do Indo-Pacífico Kurt Campbell, também viajará para Honiara esta semana para discutir preocupações sobre a China, bem como a reabertura de uma embaixada dos Estados Unidos nas Ilhas.

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Para o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, o pacto de segurança entre as Ilhas Salomão e a China pode desestabilizar a nação insular do Pacífico e estabelecer um “precedente preocupante” para a região.

Price disse que o objetivo da visita de uma delegação americana é de “compartilhar perspectivas, compartilhar interesses, compartilhar preocupações”.

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“Apesar dos comentários do governo das Ilhas Salomão, a natureza ampla do acordo de segurança deixa aberta a porta para o envio de forças militares da RPC [República Popular da China] para as Ilhas Salomão”, disse ele.

“Acreditamos que a assinatura do acordo poderia aumentar a desestabilização nas Ilhas Salomão e estabelecerá um precedente preocupante para a região mais ampla das ilhas do Pacífico”.

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