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China está pronta para aproximação com os EUA, diz vice-presidente chinês

Em fórum em Singapura, Han Zheng disse que ambos os Estados buscam uma relação "estável e sólida"

Por Paula Freitas 8 nov 2023, 16h54

O vice-presidente da China, Han Zheng, afirmou nesta quarta-feira, 8, que o país está disposto a aprimorar os laços com os Estados Unidos, dias antes de um possível encontro entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente americano, Joe Biden. No Fórum Bloomberg New Economy, sediado em Singapura, Han disse que ambos os Estados buscam uma relação “estável e sólida”.

“Estamos prontos para fortalecer a comunicação e o diálogo com os Estados Unidos em todos os níveis, promover a cooperação mutuamente benéfica, gerir adequadamente as diferenças e enfrentar conjuntamente os desafios globais”, informou.

O representante chinês também citou encontros recentes entre representantes dos dois lados como “sinais positivos” para a aproximação, em uma forma de sinalização destinada à comunidade internacional. O anúncio ocorre depois de Xi reforçar a importância de “construir pontes de amizade” entre os países, em meio à quinta Conferência de Cidades Irmãs China-EUA, realizada em 3 de novembro.

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“As províncias ou estados irmãos e as cidades irmãs são plataformas importantes para o aprofundamento da amizade”, disse Xi numa carta de felicitações. “A base das relações sino-americanas reside no povo, e a fonte da força reside na amizade entre povos.”

Biden aterrissa na cidade de São Francisco na próxima terça-feira, 14, para receber os participantes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), composta por 21 países membros. Embora ainda não tenha sido confirmada, acredita-se que a reunião com Xi ocorrerá às margens do evento. Segundo a emissora americana CNN, a demora faz parte do comportamento de Pequim, que só confirma encontros com importantes líderes no último minuto.

A possível bilateral selará o desejo pelo fortalecimento dos vínculos Pequim-Washington, já demonstrado pela secretária do Tesouro dos EUA, Janett Yellen, ao vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, apelidado de “czar econômico”. A pedido de Yelen, a dupla participará de uma reunião de dois dias, que terá início nesta quinta-feira.

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Não é a primeira vez, contudo, que o governo americano sinaliza seu interesse. Em junho, foram enviados quatro funcionários do gabinete a Pequim: além de Yellen, o secretário de Estado, Antony Blinken; o enviado para o Clima, John Kerry; e a secretária do Comércio, Gina Raimondo, marcaram presença.

No primeiro semestre deste ano, o então ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, afirmou que os EUA e a China estão caminhando para um conflito inevitável se Washington não mudar sua abordagem em relação a Pequim. “Se os Estados Unidos não pisarem no freio, mas continuarem acelerando no caminho errado, nenhuma proteção poderá impedir o descarrilamento, e certamente haverá conflito e confronto”, afirmou em março.

As relações entre as duas maiores potências do mundo se deterioraram acentuadamente nos últimos anos, e qualquer esforço para repará-las foi frustrado no início deste ano, quando um balão espião chinês adentrou o espaço aéreo americano e as Forças Armadas de Washington derrubaram o equipamento. A China alega que o balão servia apenas a propósitos de pesquisa e ciência, tendo se desviado da rota, e que os Estados Unidos reagiram de forma exagerada.

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Qin culpou a Casa Branca pelo agravamento das relações, citando especificamente o incidente do balão, bem como tensões sobre Taiwan e a guerra na Ucrânia. Fazendo referência a Washington, ele disse que o conflito na Europa parece ter sido impulsionado por “uma mão invisível, usando a crise da Ucrânia para servir a certas agendas geopolíticas”, pressionando pelo prolongamento e escalada do conflito.

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