China critica falas ‘irresponsáveis’ após Zelensky denunciar militares chineses na Ucrânia
Presidente ucraniano afirmou na quarta-feira que parte de pequeno contingente de soldados chineses foi detida

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, alertou nesta quinta-feira, 10, que todas as partes relevantes devem evitar “declarações irresponsáveis”, em um aparente respostas às falas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre presença de militares chineses lutando ao lado da Rússia na Ucrânia.
“Instamos as partes relevantes envolvidas a entenderem correta e sobriamente o papel da China e a não fazerem comentários irresponsáveis”, disse o porta-voz, sem citar nominalmente Zelensky ou quaisquer outras autoridades. Em seguida, ele reiterou que “a China não é a iniciadora da crise ucraniana, nem é uma parte participante”, sendo em vez disso “um firme defensor e promotor ativo de uma solução pacífica para a crise”.
+ Dois soldados chineses que lutavam pela Rússia foram capturados, anuncia Zelensky
Na terça-feira, Zelensky afirmou que dois cidadãos chineses que lutavam pelo lado russo foram detidos em Donetsk, uma região que faz parte do mapa ucraniano, mas que foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2022. No X, antigo Twitter, Zelensky afirmou que os dois prisioneiros são uma pequena parte dos muitos chineses que estão nos campos de batalha contra a Ucrânia e acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de tentar envolver a China “direta ou indiretamente” na guerra.
O líder ucraniano disse que seu ministro das Relações Exteriores entrará em contato com “Pequim imediatamente” para “esclarecer como a China pretende responder a isso”. Nas redes sociais, ele publicou um vídeo que mostra um dos supostos soldados chineses com as mãos atadas.
A China rejeitou as acusações como “infundadas”.
Ainda não há informações, contudo, se os cidadãos foram enviados pelo governo chinês ou se escolheram se alistar voluntariamente. Acredita-se que centenas de chineses lutam como mercenários com o exército russo, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Não é a primeira vez, no entanto, que a Ucrânia prende supostos soldados de outro país. Em janeiro, capturou dois norte-coreanos em território russo. Eles receberam tratamento médico e foram interrogados pelo Serviço de Segurança Ucraniano. Em declarações anteriores, Zelensky disse que há 11.000 soldados norte-coreanos em Kursk, território russo que faz fronteira com a Ucrânia.