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China acusa EUA de ‘intenção maligna’ por campanha antivacina na pandemia

Segundo Embaixada da China nas Filipinas, EUA não respeitaram 'direitos humanos fundamentais à vida e à saúde do povo filipino' ao descredibilizar Sinovac

Por Da Redação
Atualizado em 18 jun 2024, 18h32 - Publicado em 18 jun 2024, 18h06

A Embaixada da China nas Filipinas acusou nesta terça-feira, 18, militares dos Estados Unidos de “hipocrisia, intenções malignas e duplos padrões” por uma suposta campanha para minar confiança dos filipinos na vacina chinesa, a Sinovac, durante a pandemia de covid-19. A declaração tem como base uma reportagem da agência de notícias Reuters, publicada na última sexta-feira, que expôs um programa anti-China que teve início durante o governo de Donald Trump, mas teria continuado por meses no governo de Joe Biden, atual mandatário.

“As pessoas em todo o mundo estão indignadas com as ações militares dos EUA, que revelam a hipocrisia, intenções malignas e duplos padrões dos Estados Unidos”, disse um porta-voz da embaixada em comunicado enviado à Reuters. “Ao falar sobre o respeito pelos direitos humanos, os Estados Unidos fazem exatamente o oposto em relação aos direitos humanos fundamentais à vida e à saúde do povo filipino”.

De acordo com a reportagem, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos lançou uma campanha secreta, no auge da pandemia de covid-19, para enfraquecer o que considerava como a crescente influência da China nas Filipinas, um país especialmente afetado pelo vírus.

Segundo a investigação, o objetivo era principalmente disseminar dúvidas sobre a segurança e a eficácia das vacinas. Para isso, militares americanos teriam criado contas falsas online, se passando por filipinos, para compartilhar conteúdos que criticavam a qualidade de máscaras faciais, kits de testagem e a primeira vacina que estaria disponível nas Filipinas, a Sinovac, produzida pela China.

+ EUA fizeram campanha antivacina para minar China na pandemia, diz agência

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O que diz o relatório?

A Reuters identificou ao menos 300 contas no X, antigo Twitter, que correspondiam às descrições compartilhadas por ex-oficiais militares dos EUA familiarizados com a operação nas Filipinas. Quase todas as contas foram criadas em meados de 2022 e usavam a hashtag #Chinaangvirus, filipino para “a China é o vírus”.

Depois que a Reuters perguntou ao X sobre as contas, a empresa de mídia social removeu os perfis, determinando a partir de padrões de atividade e dados internos que faziam parte de uma campanha coordenada de robôs.

Ao longo da última década, alguns responsáveis ​​pela segurança nacional dos EUA pressionaram pelo regresso ao tipo de operações agressivas de propaganda clandestina, sobretudo contra Rússia e China. Após as eleições presidenciais dos EUA em 2016, nas quais a Rússia utilizou uma combinação de invasões cibernéticas para influenciar os eleitores, os apelos ao contra-ataque tornaram-se mais fortes dentro de Washington.

A covid-19 então galvanizou o impulso para realizar operações psicológicas contra a China. Uma porta-voz do Pentágono ouvido pela Reuters disse que os militares dos EUA “utilizam uma variedade de plataformas, incluindo redes sociais, para combater os ataques de influência maligna dirigidos aos EUA, aliados e parceiros”.

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Mortes e pouca vacinação

Por conta do ceticismo em relação à vacinação no país, o então presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ficou tão consternado com o número reduzido de filipinos dispostos a ser vacinados que ameaçou prender as pessoas que recusassem a vacinação.

“Você escolhe, vacina ou eu vou prendê-lo”, disse Duterte em um discurso televisionado em junho de 2021. “Há uma crise neste país… Estou apenas exasperado com o fato de os filipinos não darem ouvidos ao governo”. À época, o país tinha uma das piores taxas de imunização do Sudeste Asiático. Apenas 2,1 milhões dos seus 114 milhões de cidadãos foram totalmente vacinados – muito longe da meta do governo de 70 milhões.

Quando Duterte discursou, os casos de covid ultrapassavam 1,3 milhão e quase 24 mil filipinos tinham morrido devido ao vírus. A dificuldade de vacinar a população contribuiu para o pior índice de mortalidade da região.

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