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Chile convoca embaixador do Brasil após Bolsonaro atacar Boric em debate

A chanceler chilena protestou contra as acusações do presidente brasileiro, que criticou líderes da esquerda e disse que Boric incendiou estações de metrô

Por Da Redação
Atualizado em 29 ago 2022, 15h54 - Publicado em 29 ago 2022, 15h21

O Chile convocou nesta segunda-feira, 29, o embaixador brasileiro em Santiago para uma reunião, em protesto às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o líder chileno, Gabriel Boric, no debate presidencial de domingo.

Em sua fala final no debate, Bolsonaro criticou lideranças de esquerda na América Latina e acusou Boric de atear fogo em metrôs durante os protestos de outubro de 2019, que pediam uma maior igualdade social.

Lula apoiou o presidente do Chile também; o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs, e olha para onde está indo o nosso Chile”, alegou.

Segundo a ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, as acusações são “falsas” e “gravíssimas”.

“Em nome do governo do Chile, quero fazer uma declaração sobre as afirmações que o presidente Jair Bolsonaro do Brasil fez ontem em um debate eleitoral em que acusou diretamente o presidente Gabriel Boric de ter posto fogo no metrô. Como governo, nos parece que essas declarações são gravíssimas, obviamente são absolutamente falsas. Lamentamos que tirem proveito do contexto eleitoral para polarizarem as relações bilaterais através da desinformação e das notícias falsas”, declarou Urrejola.

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A ministra disse que o governo chileno está “absolutamente convencido de que esta não é a maneira correta de fazer política quanto se trata de dois chefes de Estado democraticamente eleitos”, segundo reportou o jornal chileno La Tercera. Urrejola classificou a relação de Bolsonaro e Boric como “respeitosa, apesar da diferença ideológica”, mas disse que a desinformação “corrói a democracia, mas neste caso também a relação bilateral”.

Em uma nota, o Ministério das Relações Exteriores chileno ressaltou os comentários de Urrejola, afirmando que as acusações de Bolsonaro “são inaceitáveis”. O comunicado diz que Boric “já manifestou publicamente as diferenças que o separam do presidente Bolsonaro, mas ao mesmo tempo sinaliza a importância de manter a relação bilateral”.

“Apesar das declarações infelizes, o governo do Chile manifesta sua convicção de que o nosso país e o Brasil têm não apenas uma História comum, mas também enormes desafios para enfrentarem de maneira colaborativa, razão pela qual espera continuar a fortalecer os permanentes vínculos de amizade e cooperação entre nossos países”, afirmou o comunicado.

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