Chega a 58 o número de mortos em protestos no Peru
Primeira vítima na capital aumentou pressão sobre a atual presidente, Dina Boluarte, que assumiu após a destituição de Pedro Castillo
Já são pelo menos 58 mortes em protestos no Peru contra o governo de Dina Boluarte, a vice-presidente que assumiu o cargo após a destituição de Pedro Castillo, em dezembro último. Neste sábado, 28, o Congresso peruano rejeitou uma proposta para antecipar as eleições gerais do país para outubro desse ano, uma das exigências dos manifestantes que poderia atenuar os protestos.
Apesar de concentrados na região sul do Peru, onde Castillo tem mais apoio das comunidades rurais mais pobres, os protestos ganharam força em Lima durante as últimas semanas. Num deles, um confronto entre manifestantes e forças de segurança terminou com a morte de Victor Yacsalvica, 55 anos, a primeira vítima na capital peruana. Uma agência nacional de seguros de saúde informou que o homem sofreu um grave ferimento na cabeça.
A morte de Yacsalvica é mais uma má notícia para Dina, que está pressionada por conta da repressão nos protestos e é chamada de traidora por apoiadores do ex-líder de esquerda. Ela chegou a declarar, durante a semana, que o objetivo dos protestos seria fazer com que alguém morresse na capital, uma vez que “dizem que uma morte em Lima vale por cem na província”.
Além do adiantamento das eleições, os manifeatantes também pedem a renúncia de Boluarte, a libertação do ex-presidente Castillo e a dissolução do Parlamento. O Congresso chegou a aprovar a antecipação das eleições de 2026 para abril de 2024, mas a medida não foi confirmada pelo Parlamento — e tampouco serviu para apaziguar as manifestações.