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Charge do profeta Maomé acende protestos na Turquia; quatro cartunistas são presos

Investigação por 'insulto público a valores religiosos' foi aberta contra revista de sátira política, que se defende: 'Essa interpretação exige extrema malícia'

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jul 2025, 09h14

A polícia da Turquia prendeu pelo menos quatro cartunistas na segunda-feira 30, acusados ​​de desenhar e distribuir uma charge que, segundo autoridades, representa o profeta Maomé e Moisés. A imagem, publicada na semana passada em uma revista de sátira política, mostra o que parece ser um muçulmano e um judeu, ambos com asas e auréolas, apertando as mãos e se cumprimentando enquanto bombas caem abaixo.

A charge viralizou nas redes sociais quatro dias após sua publicação na LeMan. Centenas de pessoas saíram em protesto à principal rua turística de Istambul, gritando “Alá é Grande” e pedindo a Sharia (a lei islâmica). Manifestantes foram vistos chutando as portas da redação da revista no centro da capital. Em um dos vídeos, um deles grita: “Pelo nosso Profeta, daríamos nossas vidas e tiraríamos vidas; ninguém pode insultar nosso Profeta”.

Enquanto a multidão tomava as ruas, o Ministério do Interior divulgou vídeos de cartunistas sendo detidos em suas casas, descalços e algemados pela polícia, com legendas como “Vocês não escaparão de nossas forças de segurança ou da justiça”. Durante uma oração na noite de segunda, o governador de Istambul, Davut Gul, anunciou que todas as quatro pessoas procuradas pela charge estavam sob custódia policial.

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Liberdade de expressão?

As autoridades turcas condenaram veementemente a revista.

O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, chamou a charge de provocação e disse que aqueles “que ousarem fazer isso serão responsabilizados perante a lei”. Segundo ele, a imagem não é protegida pela liberdade de expressão.

Fahrettin Altun, chefe de comunicações da Presidência turca, por sua vez, chamou o incidente de “um ataque vil às nossas crenças e valores”.

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O Ministério da Justiça do país abriu uma investigação sobre o incidente pelo crime de “insulto público a valores religiosos”, nos termos do Artigo 216 do Código Penal Turco.

Resposta

A LeMan, semanário de sátira política conhecido por quadrinhos irreverentes semelhantes aos da publicação francesa Charlie Hebdo – alvo de atentado em 2015 devido a uma charge que causou polêmica semelhante –, divulgou um comunicado afirmando que o desenho envolvido em controvérsia não retratava o profeta islâmico.

“Esta charge não é uma caricatura do profeta Maomé (que a paz esteja com ele). Na obra, o nome Maomé é ficcionalizado como se pertencesse a um muçulmano morto nos bombardeios de Israel. Existem mais de 200 milhões de pessoas chamadas Maomé no mundo islâmico. A obra não se refere ao profeta Maomé de forma alguma”, afirmou a revista.

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“Ao destacar um muçulmano assassinado, o objetivo era destacar a retidão do povo muçulmano oprimido, sem qualquer intenção de menosprezar os valores religiosos. Rejeitamos o estigma imposto a nós, visto que não há representação do nosso Profeta”, continuou o comunicado. “Interpretar a charge dessa forma exige extrema malícia”, disparou, embora também tenha pedido desculpas a todos os leitores que se sentiram ofendidos.

Alguns grupos convocaram novos protestos contra a revista para esta terça-feira, 1º de julho.

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