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Chanceler brasileiro espera que militares venezuelanos apoiem transição

“Parece que é positivo que haja um movimento de militares” favoráveis a Juan Guaidó, afirmou Ernesto Araújo

Por Da Redação
Atualizado em 30 abr 2019, 16h48 - Publicado em 30 abr 2019, 10h57

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou nesta terça-feira, 30, esperar que os militares conduzam um processo de “transição democrática” na Venezuela, depois que o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó alegou contar com o apoio de parte das Forças Armadas.

“O Brasil apoia o processo de transição democrática e espera que os militares venezuelanos sejam parte desse processo de transição democrática”, afirmou o chanceler brasileiro.

Araújo, contudo, disse que é preciso avaliar a dimensão do apoio recebido por Guaidó. Segundo o ministro, o governo brasileiro deve se posicionar novamente assim que tiver mais informações.

“É necessário analisar, reunir as informações para ter a dimensão do que está acontecendo”, disse. “Mas parece que é positivo que haja um movimento de militares que reconhecem a constitucionalidade do presidente Juan Guaidó”.

“O Brasil desde do começo apoio o processo de transição democrática”, afirmou ainda.

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Araújo se reuniu nesta terça com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas no Palácio do Itamaraty em Brasília. O chanceler foi questionado sobre a atual situação da Venezuela durante uma coletiva de imprensa após o encontro.

Reunião de emergência

Juan Guaidó esteve no Brasil no final de fevereiro para se reunir com o presidente Jair Bolsonaro. Após o encontro, o líder brasileiro afirmou que não pouparia esforços para restabelecer a democracia no país vizinho, mas frisou que tudo se daria respeitando a Constituição e com convocação a “eleições livres e confiáveis”.

Bolsonaro convocou uma reunião para esta terça com os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e da Defesa, Fernando Azevedo, para tratar da situação da Venezuela.

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A informação é do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que também participará do encontro, marcado para as 12h30, no Palácio do Planalto. Segundo Mourão, representantes do GSI e da Defesa vão “passar as informações que eles têm” sobre o assunto. 

Cenário de instabilidade

Juan Guaidó postou pela manhã um em que afirmou que tem o apoio de muitos militares e deu início à fase final da chamada Operação Liberdade contra o governo de Nicolás Maduro.

“Povo da Venezuela, iniciou o fim da usurpação. Neste momento me encontro com as principais unidades militares da nossa Força Armada dando início à fase final da Operação Liberdade. Povo da Venezuela, vamos às ruas, para que a Força Armada Nacional continue a implantação até que se consolide o fim da usurpação, que já é irreversível”, escreveu Guaidó.

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Em um vídeo gravado da base aérea militar La Carlota, em Caracas, o opositor afirmou ainda que “já são muitos os militares” que se somam ao seu movimento. “O momento é agora”, disse. “Vamos restaurar a liberdade e a democracia da Venezuela”.

Guaidó falou ao lado do ex-prefeito de Chacao, a cidade mais rica da grande Caracas, e um dos líderes da oposição venezuelana, Leopoldo López. Ele estava preso desde 2014, mas recebeu um “indulto presidencial” do líder da Assembleia Nacional e foi libertado neste terça.

Ainda não se sabe ao certo o tamanho do apoio recebido por Guaidó das Forças Armadas. Em uma entrevista a jornalistas, o opositor afirmou que seus assessores trabalham para divulgar em breve os nomes dos militares que estão apoiando seu governo.

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Guaidó confirmou apenas que há generais, coronéis e outros cargos de alta patente no grupo. O opositor disse ainda que insiste na oposição pacífica e que “não haverá enfrentamento” com as forças de Maduro.

(Com Estadão Conteúdo)

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