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Câmara dos EUA aprova publicação de declarações fiscais de Trump

Como candidato presidencial em 2016, Trump quebrou precedentes por se recusar a divulgar histórico fiscal ao público

Por Da Redação
20 dez 2022, 22h26

Um comitê do Congresso dos Estados Unidos decidiu por votação, nesta terça-feira 20, divulgar as declarações de impostos do ex-presidente Donald Trump ao público. Investigações anteriores apontaram que o bilionário deixou de pagar impostos federais por vários anos.

Ainda não está claro quando, nem o conteúdo exato, que o comitê de métodos e meios da Câmara, controlado pelos democratas, vai liberar. Há anos, o ex-presidente americano tenta esconder esses documentos.

Em uma investigação anterior, o jornal americano The New York Times divulgou extensos trechos das declarações de impostos de Trump, que mostravam como o magnata do setor imobiliário perdeu dinheiro e cometeu evasão fiscal.

A decisão do painel vem após uma longa batalha judicial. No mês passado, a Suprema Corte deu permissão ao Departamento do Tesouro para enviar os documentos ao Congresso. O comitê recebeu seis anos de declarações fiscais de Trump e algumas de suas empresas.

Como candidato presidencial, em 2016, Trump quebrou décadas de precedentes ao se recusar a divulgar seus pagamentod de impostos ao público. Ele se gabou durante um debate presidencial naquele ano de que era “esperto” porque não pagava impostos federais e, mais tarde, alegou que não se beneficiaria pessoalmente com uma lei de cortes de impostos que sancionou em 2017, que favorecia grandes fortunas.

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Os registros fiscais podem revelar quaisquer obrigações financeiras – incluindo dívidas externas – que possam influenciar a forma como ele governou. Mas os americanos ficaram no escuro sobre o relacionamento de Trump com o IRS, Receita Federal dos Estados Unidos, até outubro de 2018 e setembro de 2020, quando o Times publicou duas investigações com base em registros fiscais vazados.

Os artigos  vencedores do Prêmio Pulitzer de 2018, mostraram como Trump recebeu um montante equivalente a pelo menos US$ 413 milhões das propriedades imobiliárias de seu pai, grande parte desse dinheiro vindo do que o Times chamou de “sonegação de impostos” na década de 1990.

Trump processou o jornal e sua sobrinha, Mary Trump, em 2021 por fornecer os registros.

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Os artigos de 2020 mostraram que Trump pagou apenas US$ 750 em imposto de renda federal em 2017 e 2018. O ex-presidente não pagou nenhum imposto de renda em 10 dos últimos 15 anos,  porque perdeu mais dinheiro do que ganhou, de acordocomos registros vazados.

O escritório da promotoraia distrital de Manhattan também obteve cópias dos registros fiscais de Trump em fevereiro de 2021, após uma longa batalha judicial que incluiu duas idas à Suprema Corte.

O escritório, então liderado pelo promotor Cyrus Vance Jr, intimou a empresa de contabilidade de Trump em 2019, buscando acesso a oito anos de declarações fiscais, depois que o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, disse ao Congresso que seu chefe havia enganado autoridades fiscais, seguradoras e parceiros de negócios sobre o valor de seus ativos. Essas alegações são objeto de um processo de fraude que a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, abriu contra Trump e sua empresa em setembro.

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O contador de Trump, Donald Bender, testemunhou no recente julgamento criminal da empresa familiar do ex-presidente, a Trump Organization, dizendo que o bilionário relatou déficits em suas declarações fiscais em todos os anos durante uma década, incluindo quase US$ 700 milhões em 2009 e US$ 200 milhões em 2010.

A Trump Organization foi condenada, no início deste mês, por acusações de fraude fiscal por ajudar alguns executivos a sonegar impostos sobre regalias pagas pela empresa, como apartamentos e carros de luxo.

Os Partido Republicano criticou a divulgação dos registros, argumentando que isso abriria um precedente perigoso sobre a privacidadede dados.

O congressista Kevin Brady, do Texas, líder republicano do comitê de meios e meios, acusou os democratas no comitê de “liberar uma nova arma política perigosa que vai muito além do presidente Trump e põe em risco a privacidade de todos os americanos”.

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