Brasil vai apresentar candidato próprio à presidência do BID
Nomes cogitados são os de Marcos Troyjo, do Ministério da Economia, e de Maria Silvia Bastos, do Goldman Sachs
O Brasil decidiu apresentar sua própria candidatura à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), escudado no apoio dos Estados Unidos, informou uma fonte do governo a VEJA. O apoio ao candidato argentino, Gustavo Béliz, ex-ministro da Justiça da gestão de Néstor Kirchner, está descartado.
Entre os nomes cogitados para o posto ocupado há quinze anos pelo colombiano Luis Alberto Moreno, estão o de Maria Silvia Bastos, presidente do conselho consultivo do Goldman Sachs Group no Brasil, e o do vice-ministro da Economia para o Comércio Exterior, Marcos Troyjo, segundo a agência Bloomberg. As eleições para a presidência do BID, a maior instituição multilateral de financiamento do hemisfério ocidental, se darão entre julho e setembro. O banco tem uma carteira de empréstimos de 13,5 bilhões de dólares.
O presidente Jair Bolsonaro espera discutir esse plano diretamente com o líder dos Estados Unidos, Donald Trump, se for confirmado o encontro de ambos em Mar-a-Lago, na Flórida, neste final de semana. Bolsonaro estará em Miami entre o sábado, 7, e a terça-feira, 10, para participar de um seminário empresarial e encontros com políticos locais.
“O Brasil é um dos fundadores do BID e tem uma relação sem precedentes com os Estados Unidos. Não há motivos para recluir-se e não apresentar candidatura”, afirmou a fonte do governo.
Do ponto de vista do governo brasileiro, o BID precisa passar por transformações como as que ocorreram com o Banco Mundial e que estão em curso no próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), que lhe ofereça uma vocação mais atualizada. Historicamente focado no financiamento de projetos de infraestrutura física, o banco tenderia a se voltar especialmente para as demandas do século XXI, como a conexão digital e o combate ao analfabetismo digital.
O modelo de arrecadação de recursos orçamentários, do ponto de vista do Brasil, também teria de ser alterado permitir a parceria com outras organizações públicas e privadas e seu acesso às maiores fontes globais de liquidez. Atualmente, os aportes são feitos pelos 48 países-membros.