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Boris Johnson: Onda de renúncias ministeriais pressionam por sua saída

A saída de seus ministros da Economia e da Saúde, devido a um novo escândalo no governo, levou à renúncia de mais 15 políticos de baixo escalão

Por Da Redação
Atualizado em 6 jul 2022, 09h12 - Publicado em 6 jul 2022, 08h58

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, amanheceu nesta quarta-feira, 6, se agarrando ao poder com todas as forças. Seu apoio diminui cada vez mais, à medida que o isolado premiê enfrenta uma onda de renúncias de seus ministros – não muito distante do que aconteceu com a sucessora, Theresa May, antes de deixar o cargo.

Os ministros da Economia (Rishi Sunak) e da Saúde (Sajid Javid) de Johnson renunciaram na terça-feira 5 após (mais) um escândalo a atingir o governo. Segundo eles, o líder britânico não estava apto para governar. O movimento provocou a saída subsequente de cerca de 15 políticos de baixo escalão e a retirada do apoio de legisladores leais.

Esse último escândalo envolve uma nomeação de Johnson de um legislador para um papel envolvido no bem-estar e disciplina do partido. Ele precisou se desculpar pela escolha, porque apontou o político ao cargo mesmo depois de ser informado de que havia sido denunciado por assédio sexual. O legislador foi forçado a renunciar, e o porta-voz de Johnson culpou pelo incidente um “lapso na memória” do premiê.

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“Está claro para mim que esta situação não mudará sob sua liderança. Portanto, você também perdeu minha confiança”, disse Javid em sua carta de renúncia.

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Não está claro se, com tal queda no apoio, o primeiro-ministro conseguirá preencher as vagas.

Johnson, que deve comparecer na Câmara dos Comuns ainda nesta quarta-feira, procurou reafirmar a sua autoridade, nomeando rapidamente Nadhim Zahawi como ministro das Finanças. No entanto, o ex-ministro da Educação foi recebido com notícias de novas renúncias no gabinete.

O procurador-geral Alex Chalk, o segundo consultor jurídico mais importante do governo, disse que o efeito cumulativo de uma série de escândalos fez com que o público não acreditasse mais no governo.

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“Lamento dizer que compartilho desse julgamento”, disse Chalk.

Johnson, ex-jornalista e prefeito de Londres que se tornou o menino-propaganda do Brexit, obteve uma vitória eleitoral esmagadora em 2019. Isso foi antes de adotar uma abordagem combativa, e muitas vezes caótica, do governo.

Sua liderança foi atolada por escândalos e erros, especialmente nos últimos meses. Seu manejo inicial da pandemia foi amplamente criticado. O primeiro-ministro foi multado pela polícia por violar as restrições contra a Covid-19 em um dos piores momentos da pandemia no Reino Unido, e uma investigação do governo sobre festas em seu escritório em Downing Street responsabilizou Johnson por falta de liderança.

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Ele também foi bombardeado por críticas de que não teria feito o suficiente para enfrentar a inflação e a crise de custo de vida no país, com muitos britânicos lutando para lidar com o aumento nos preços de combustível e alimentos. A abordagem combativa de Johnson em relação à União Europeia também pesou sobre a libra, exacerbando a inflação que deve ultrapassar 11%.

O jornal Times of London disse que a “desonestidade em série” de Johnson é “totalmente corrosiva” para um governo eficaz.

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“Cada dia que ele permanece aprofunda a sensação de caos”, afirmou o jornal. “Para o bem do país, ele deve ir.”

Uma pesquisa do YouGov descobriu que 69% dos britânicos achavam que Johnson deveria deixar o cargo de primeiro-ministro. Mas, por enquanto, o restante de sua principal equipe ministerial ofereceu apoio.

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Há um mês, Johnson sobreviveu a um voto de confiança de parlamentares conservadores, e as regras do partido significam que ele não pode enfrentar outro voto desse tipo por um ano. No entanto, alguns legisladores estão tentando mudar essas regras.

Se Johnson sair do cargo, o processo para substituí-lo poderia levar alguns meses.

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