Boris Johnson nomeia próprio pai para o título de cavaleiro
O ex-primeiro ministro indicou cerca de 100 pessoas para o recebimento das honras do país
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson indicou seu pai, Stanley, para o título britânico de cavaleiro. A nomeação faz parte da lista de honras que ele pode conceder como ex-líder do país.
Johnson teria apresentado até 100 nomes para os títulos, de acordo com o jornal The Times, mas não foi especificada a razão para tal reconhecimento para Stanley. Os também ex-premiês britânicos Theresa May e David Cameron, predecessores de Johnson, teriam indicado 60 nomes cada.
Quando terminam o mandato, os líderes britânicos têm direito de conceder as “honras de renúncia”, que incluem muitos títulos, inclusive o de cavaleiro. Um título de cavaleiro ou dama, para as mulheres, eleva o perfil público de uma pessoa, que passa a ser referida com as palavras “Sir” ou “Dame“.
Stanley Johnson é um ex-membro do Parlamento Europeu, autor e personalidade da televisão. O pai do ex-primeiro ministro também chegou a adquirir a nacionalidade francesa em 2022.
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O ex-primeiro ministro já tem um histórico de usar o posto para favorecer familiares. Em 2020, Jo Johnson, irmão de Boris, foi elevado à Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento, onde ele tem assento vitalício. O porta-voz de Boris se recusou a comentar sobre a nomeação do pai para o recebimento das honras.
A decisão de Johnson repercutiu entre os políticos britânicos. O chefe de política de saúde do Partido Trabalhista, da oposição, Wes Streeting, declarou que considera que a lista “fala de um padrão de comportamento de Boris Johnson em relação ao clientelismo”.
O atual primeiro-ministro, Rishi Sunak, tem o poder de bloquear quaisquer indicações honrosas. Michelle Donelan, ministra da Ciência, quando questionada sobre a indicação de Stanley Johnson, afirmou que havia “peixes maiores para fritar”.
“Obviamente, é prerrogativa do ex-primeiro-ministro poder fazer esse tipo de nomeação, mas veremos se essa história é verdadeira ou não”, disse Donelan à Rádio LBC.