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Bispos da China comparecerão a sínodo do Vaticano pela primeira vez

Acordo histórico entre Santa Sé e Pequim permitiu a retomada das relações diplomáticas entre os dois Estados, mas recebeu críticas

Por Da Redação
Atualizado em 1 out 2018, 19h37 - Publicado em 1 out 2018, 16h08

Os bispos católicos da China participarão nesta semana de um sínodo no Vaticano pela primeira vez, depois do acordo histórico firmado em setembro pela Santa Sé e Pequim, informou a Igreja Católica nesta segunda-feira, 1º,

“Haverá dois bispos da China continental. Eles foram convidados pelo papa”, disse o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do sínodo dos bispos, em entrevista. “Acho que eles já estão a caminho de Roma”.

Os bispos chineses participarão de uma reunião cúpula de um mês, conhecida como sínodo, que começa na quarta-feira, 3. Os debates girarão em torno do papel dos jovens na Igreja. “A Santa Sé já convidou bispos da China continental antes, mas eles nunca puderam comparecer”, disse Baldisseri.

Segundo o cardeal, esta é a primeira vez que o governo chinês permite que bispos católicos deixem o país para acompanhar um sínodo do Vaticano. Ele disse tratar-se do resultado da melhoria das relações entre o comando da Igreja Católica e Pequim depois da assinatura do acordo de 22 de setembro.

O acerto estava em negociação havia mais de dez anos e permite a retomada das relações diplomáticas entre os dois Estados, rompidas em 1951, quando o papa Pio XII excomungou dois bispos designados pelo governo chinês. Em represália, Pequim expulsou o núncio apostólico e deixou de reconhecer o papa como a liderança espiritual dos católicos.

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Críticos do acordo o rotularam como uma concessão ao governo comunista chinês. No futuro, novos bispos católicos serão sugeridos por membros de comunidades locais católicas juntamente com as autoridades chinesas. Os nomes, então, serão enviados ao Vaticano. Na semana passada, o papa Francisco afirmou que caberá a ele a escolha final.

A China tem aproximadamente 12 milhões de católicos, divididos entre uma igreja secreta e leal ao Vaticano e a Associação Católica Patriótica, supervisionada pelo Estado. O Vaticano diz que a ausência de um acordo poderia levar a um cisma entre os católicos chineses, que seria difícil de ser superado.

(Com Reuters)

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