Biden vai enviar 1.500 soldados para reforçar fronteira entre EUA e México
Com fim neste mês das restrições causadas pela pandemia de Covid-19, autoridades americanas temem aumento expressivo de imigrantes ilegais no país
O governo de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, pretende enviar cerca de 1.500 militares para reforçar temporariamente a segurança na fronteira do país com o México. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, 2, pela agência de notícias Reuters.
Com o fim das restrições causadas pela pandemia de Covid-19 em 11 de maio, autoridades americanas relataram receio de que a chegada de imigrantes ilegais aos EUA aumentaria consideravelmente. Utilizado com frequência nos últimos anos, um conjunto de limitações nomeado título 42 permite que mexicanos sem documentação sejam expulsos do território americano sem a possibilidade de pedir asilo.
Desde que tomou posse, há dois anos, Biden tem enfrentado o maior fluxo imigratório entre México e EUA. Em sua campanha antes de chegar ao cargo, o democrata criticou as medidas tomadas pelo então presidente americano, Donald Trump, e prometeu melhorias para os que se arriscavam a cruzar a fronteira americana, caso fosse eleito. Como consequência, a sua chegada ao poder ocasionou a entrada ilegal de 1,72 milhão de pessoas no país apenas em 2021.
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No entanto, contrariando as promessas, seu governo vêm impedindo, por meio de forças de segurança, a entrada de centenas de imigrantes nos EUA. Há relatos de uso de jatos de spray de pimenta contra pessoas que tentavam atravessar a fronteira, incluindo mulheres e crianças.
A presença militar na divisa, que já conta com 2.700 soldados da Guarda Nacional, será incrementada com a chegada de militares da ativa. Eles auxiliarão no processamento de dados e no monitoramento de grandes caravanas de migrantes, sem aplicação direta da lei. O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, teria aprovado nesta terça-feira o envio da tropa para compor a Patrulha de Fronteira.
A decisão, contudo, não é inédita. Milhares de militares também foram enviados à fronteira nas administrações prévias dos republicanos George W. Bush e Donald Trump, bem como do democrata Barack Obama. Com o anúncio da sua campanha de reeleição na semana passada, Biden procura minimizar o ataque de republicanos a partir da redução das travessias ilegais ao país.