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Biden celebra trégua em Gaza e fala em caminho para ‘fim permanente da guerra’

Presidente dos EUA clama crédito pelo avanço, dizendo que negociações se basearam em proposta que ele apresentou e minimizando pressão de Trump

Por Redação Atualizado em 15 jan 2025, 17h06 - Publicado em 15 jan 2025, 17h00

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou, nesta quarta-feira, 15, o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que ocorrerá no próximo domingo, 19, após meses de esforços de mediação de Washington, do Egito e do Catar. Em pronunciamento, o chefe da Casa Branca, que deixará o cargo na próxima segunda-feira, 20, atribuiu a implementação do acordo, que inclui a libertação de reféns e o retorno dos palestinos às suas casas, à “obstinada e meticulosa diplomacia americana”.

“Os palestinos poderão retornar a seus bairros em todo o território de Gaza”, disse Biden em declaração escrita. O presidente americano ressaltou que as negociações se basearam em um plano que ele mesmo havia proposto em maio de 2024 e que obteve a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Além disso, ele confirmou que os Estados Unidos estarão diretamente envolvidos na primeira fase da libertação de reféns israelenses.

Biden também expressou suas condolências às famílias de vítimas do conflito, incluindo as de americanos que ainda aguardam notícias sobre os reféns mantidos pelo Hamas.

“Ao mesmo tempo que saudamos esta notícia, lembramo-nos de todas as famílias cujos entes queridos foram mortos no ataque do Hamas em 7 de Outubro, e das muitas pessoas inocentes mortas na guerra que se seguiu”, disse no comunicado. “O povo palestino passou pelo inferno. Muitas pessoas inocentes morreram. Muitas comunidades foram destruídas. Sob este acordo, o povo de Gaza pode finalmente se recuperar e reconstruir. Eles podem olhar para um futuro sem o Hamas no poder.”

Fases dois e três

Além disso, o mandatário americano afirmou que, durante as próximas seis semanas da primeira fase do cessar-fogo, Israel negociará os arranjos necessários para a fase dois – “um fim permanente para a guerra”. Segundo ele, há uma “série de detalhes” a serem negociados para evoluir da primeira para a segunda etapa da implementação do acordo.

“Se as negociações levarem mais de seis semanas, o cessar-fogo continuará (até que sejam concluídas)“, declarou.

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O presidente dos Estados Unidos indicou que a fase dois permitirá a libertação de todos os reféns vivos restantes, incluindo soldados homens, e envolverá a retirada de todas as forças israelenses restantes de Gaza, até que o cessar-fogo temporário se torne permanente.

+ O que se sabe sobre o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas

A terceira fase, por sua vez, envolverá o retorno dos corpos de reféns que foram mortos em Gaza para suas famílias, além de um grande plano de reconstrução para Gaza.

Até o momento, 98 reféns israelenses continuam em cativeiro, alguns deles sem vida, após os ataques de 7 de outubro de 2023, realizados pelo Hamas. A represália de Israel à ofensiva deixou mais de 48 mil mortos em Gaza, conforme dados de autoridades palestinas, e a região enfrenta uma das maiores crises humanitárias de sua história.

Disputa pelo crédito

Biden atribuiu a consolidação do acordo à pressão israelense sobre o Hamas, apoiada pelos Estados Unidos, sob seu comando, à morte do líder do grupo palestino, Yahya Al-Sinwar. Ele também vinculou o avanço a uma resposta de uma coalizão de forças navais, liderada por Washington, aos ataques de rebeldes hutis do Iêmen no Mar Vermelho e ao enfraquecimento “significativo” da milícia libanesa Hezbollah, ambos grupos aliados do Hamas.

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“O caminho para este acordo não foi fácil. Esta é uma das negociações mais difíceis que já vivi”, disse Biden. “No geral, esses desenvolvimentos na região, que os Estados Unidos ajudaram a moldar, mudam a equação.”

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, porém, conectou a obtenção de um cessar-fogo à sua própria vitória eleitoral em novembro do ano passado. Em uma postagem na sua rede social, a Truth, ele chamou o acordo de épico, mencionou eventual expansão dos Acordos de Abraão (iniciativa para a normalização das relações entre países árabes e Israel, marca de sua primeira passagem pela Casa Branca) e disse que seu governo vai “continuar promovendo a paz por meio da força”.

“Esse acordo de cessar-fogo épico só poderia ter acontecido como resultado da nossa histórica vitória em novembro, porque alertou o mundo todo de que minha administração vai buscar a paz e negociar acordos para garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados. Estou empolgado com o retorno de reféns americanos e israelenses para suas casas”, escreveu o republicano.

+ Uma boa notícia para o mundo: acordo sobre Gaza é o melhor possível

Em coletiva de imprensa após sua declaração, ao ser questionado sobre quanto crédito Trump mereceria, Biden respondeu: “Essa é a estrutura exata do acordo que propus em maio. Exatamente.”

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Ele acrescentou que havia orientado sua equipe a manter “coordenação próxima” com a nova equipe de Trump, que foi despachada ao Oriente Médio nas últimas semanas, “para garantir que todos falemos com a mesma voz, porque é isso que os presidentes americanos fazem.”

O enviado especial do republicano Steve Witkoff encontrou-se com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na semana passada para pressioná-lo a ceder às exigências que alegava serem intransponíveis para os representantes de Biden: primeiro, a perseguição da vitória total sobre o Hamas; depois, a manutenção das tropas israelenses no Corredor Filadélfia, uma zona-tampão entre a Faixa de Gaza e o Egito.

Quando ele começou a sair da sala após a coletiva, um repórter gritou: “Quem merece crédito por isso, você ou Trump?”

Biden se virou e respondeu: “Isso é uma piada?”

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