Bangladesh e Mianmar acordam repatriação de 700.000 rohingyas
Apesar de acusações da ONU sobre genocídio de minoria, países pretendem iniciar processo em novembro
Por Da Redação
30 out 2018, 11h06
Um refugiado rohingya é fotografado durante seu banho no acampamento Cox's Bazar, em Bangladesh - 27/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
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1/33 Cerca de 400 mil refugiados rohingya fugiram para Bangladesh desde o final de agosto durante o surto de violência no estado de Rakhine, em Mianmar - 26 /09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
2/33 Hamida, refugiada rohingya chora enquanto segura seu filho de 40 dias, que morreu depois do naufrágio de um barco, em Teknaf, Bangladesh - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
3/33 Homem rohingya toma banho ao lado de fora de seu abrigo, em um campo de refugiados em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
4/33 Refugiados Rohingya recebem pedaços de bambu para fazer uma cabana no campo de refugiados Balukhali em Cox's Bazar, Bangladesh - 11/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
5/33 Refugiada rohingya chora com seu filho nos braços ao chegar em Bangladesh - 12/09/2017 (Dan Kitwood/Getty Images)
6/33 Um refugiado rohingya é fotografado deitado em seu abrigo no acampamento de Kutupalong, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
7/33 Nasir Ahmed, um refugiado Rohingya chora quando segura seu filho de 40 dias, que morreu quando um barco virou na margem de Shah Porir Dwip enquanto atravessava a fronteira de Myanmar para Bangladesh, em Teknaf - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
8/33 O fotógrafo Cathal McNaughton capta o olhar de um refugiado rohingya no acampamento Cox's bazar, em Bangladesh, enquanto espera receber ajuda - 27/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
9/33 Um garoto rohingya é fotografado andando na chuva pelo acampamento de refugiados Cox' Bazar, em Bangladesh - 20/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
10/33 Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
11/33 Um menino rohingya é visto se banhando no campo de refugiados Cox's Bazar, em Bangladesh - 21/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
12/33 Um garoto rohingya é visto empinando pipa no acampamento de refugiados em Cox's Bazar, no Bangladesh - 10/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
13/33 Uma refugiada rohingya chega exausta a Bangladesh após fugir de barco de Myanmar - 11/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
14/33 A idosa Boduuzzol Kharun, 97, é carregada por membros da sua família depois de atravessar a fronteira Bangladesh-Mianmar, em Teknaf, Bangladesh - 25/10/2017 (Adnan Abidi/Reuters)
15/33 Jayed Ullah, uma menina refugiada rohingya, de seis meses, é carregada por sua mãe, no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, em Bangladesh - 30/10/2017 (Hannah McKay/Reuters)
16/33 Um menino refugiado Rohingya, que atravessou a fronteira de Myanmar esta semana, se refugia na Escola Primária de Long Beach, no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 23/10/2017 (Hannah McKay/Reuters)
17/33 Crianças rohingyas refugiadas brincam nas águas de um pequeno riacho que passa pelo campo de Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/10/2017 (Paula Bronstein/Getty Images)
18/33 Os refugiados Rohingya fazem filas para receber ajuda humanitária no campo de refugiados de Kutupalong, em Cox's Bazar, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
19/33 Chegada de 15.000 refugiados rohingyas em Bangladesh (Reprodução/Youtube)
20/33 Jovens muçulmanos rohingyas ficam atrás de uma barricada de bambu para coletar comida cozida no campo de refugiados de Thankhali, no distrito de Ukhia, em Bangladesh - 10/11/2017 (Dibyangshu Sarkar/AFP)
21/33 Um grupo de refugiados rohingyas sentados em jangadas são interrogados pelo Guarda das fronteiras de Bangladesh logo após cruzarem a fronteira com Myanmar - 09/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
22/33 Refugiados rohingyas recém chegados à Bangladesh aguardam para serem levados até o acampamento Cox's Bazar, onde se encontram outros milhares de muçulmanos - 02/10/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
23/33 Refugiados rohingya atravessam em uma jangada improvisada pelo Rio Naf para chegar a Bangladesh, onde se abrigarão no acampamento para refugiados de Cox's Bazar - 13/11/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
24/33 Menino refugiado Rohingya joga bola com seus amigos no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 14/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
25/33 Um garoto refugiado rohingya corta os cabelos de maneira improvisada no acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 15/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
26/33 Crianças rohingya são fotografadas no campo de refugiados de Moynerghona, no distrito de Ukhia , em Bangladesh - 30/10/2017 (Tauseef MUSTAFA/AFP)
27/33 Mulher caminha com uma criança no colo no campo de refugiados de Balukhali, no distrito bengali de Ukhia - 23/11/2017 (Munir Uz Zaman/AFP)
28/33 Crianças refugiadas rohingya brincam em uma estrada no campo de refugiados de Balu Khali perto de Cox's Bazar, Bangladesh - 16/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
29/33 Refugiados caminham na praia após atravessarem a fronteira entre Mianmar e Bangladesh - 21/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
30/33 Hosne Ara, um rohingya de 4 anos, refugiado a 2 meses é fotografado no centro para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/11/2017 (Hannah McKay/Reuters)
31/33 Homem auxilia na distribuição de cobertores para os refugiados roghingya do acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 05/12/2017 (Ed Jones/AFP)
32/33 Criança refugiada rohingya chora enquanto se senta no campo de refugiados de Kutupalong no Coaz's Bazar em Bangladesh - 04/12/2017 (Ed Jones/AFP)
33/33 Tumulto durante distribuição de alimentos em campo de refugiados rohingya em Bangladesh - 28/11/2017 (Ed JONES/AFP)
A repatriação de mais de 700.000 refugiados da minoria rohingya que fugiram da violência em Mianmar para Bangladeshdesde agosto do ano passado começará em meados de novembro, anunciaram nesta terça-feira (30) as autoridades dos dois países após um acordo.
“Esperamos que a repatriação comece em meados de novembro. Esse será o primeiro grupo”, afirmou em entrevista coletiva em Daca o secretário das Relações Exteriores de Bangladesh, Shahidul Haque, ao término de uma reunião com as autoridades de Mianmar no Grupo de Trabalho Conjunto para a Repatriação dos Rohingyas.
O anúncio acontece quase um ano depois de os dois países assinarem em 23 de novembro de 2017 um acordo para o retorno dos membros dessa comunidade muçulmana. Os rohingyas começaram a chegar em 25 de agosto do ano passado a Bangladesh fugindo de uma violência que, segundo especialistas da ONU, poderia constituir um “genocídio intencional”.
Haque disse que funcionários de ambos os governos visitarão amanhã Cox’s Bazar, onde está concentrada a maior parte dos refugiados, para “tentar incentivar” os rohingyas a “voltarem de forma segura”.
“A volta é sempre complexa, um processo difícil. Mas se todo mundo tiver vontade política, é possível levar isto a um final proveitoso. Hoje, temos a impressão de que ambas as partes dispõem de uma grande vontade política”, disse o secretário bengali.
Em setembro deste ano, as autoridades de Bangladesh pediram à comunidade internacional que pressionasse Mianmar para abordar o cerne do problema e proteger os direitos básicos dos rohingyas.
Por enquanto, está ativo um processo de verificação dos refugiados para confirmar que os mesmos estão aptos para a repatriação. Porém, até o dia 8 de outubro só foi comprovada a identidade de aproximadamente 16.000 pessoas, segundo o último relatório do Grupo de Coordenação Intersetorial da ONU.
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Por sua vez, o vice-ministro das Relações Exteriores de Mianmar, Myint Thu, afirmou que as autoridades de seu país implementaram medidas para que os refugiados tenham um retorno seguro ao estado de Rakain, onde se concentra a população rohingya e onde o Exército lançou em agosto de 2017 uma ofensiva contra a mesma.
Thu defendeu, sem mencionar diretamente a palavra rohingya, que Mianmar desenvolveu programas para “conscientizar sobre a repatriação entre os que retornarem” e iniciou políticas públicas “que incluem policiais junto com as comunidades locais para manter e promover a lei e a ordem”.
A relatora da ONU para os direitos humanos em Mianmar, Yanghee Lee, tinha advertido em julho em Daca que a repatriação dos mais de 700.000 rohingyas vai demorar, já que não há condições propícias para o retorno. Muitos refugiados também podem não querer voltar ao seu país, temendo mais violência.
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Além disso, um mês depois, especialistas da ONU apontaram que há evidências de “genocídio intencional” e de crimes contra a humanidade “cometidos em grande escala” em relação à campanha contra os rohingyas. O governo birmanês rejeitou o relatório com contundência.
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