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Avô resgata seus sete netos órfãos de campo de refugiados na Síria

O chileno Patrício Gálvez viaja por um mês à procura das crianças na Síria e Iraque e consegue levá-las à Suécia, onde reside

Por Da Redação
Atualizado em 16 Maio 2019, 16h21 - Publicado em 15 Maio 2019, 19h30

O músico chileno Patrício Gálvez, residente na Suécia, desembarcou nesta quarta-feira, 15, em Gotemburgo com os sete netos, todos órfãos de jihadistas, que gastara do campo de refugiados de Al-Hol, na Síria. Gálvez viajou por um mês à procura dos netos.

As crianças, com idades entre 1 e 8 anos, foram levadas ao campo de Al-Hol após a queda de Al Baguz, o último reduto do califado criado no norte da Síria e do Iraque pelo grupo extremista Estado Islâmico, no final de março. Seus país haviam aderido ao grupo terrorista depois de terem deixado a  Suécia.

As autoridades curdas, que controlam a região de Al-Hol, permitiram na semana passada a transferência das crianças ao Iraque para se reunirem com o avô, submetê-las a exames médicos e realizar os últimos trâmites burocráticos. O consentimento só saiu depois de negociação com o governo da Suécia.

“A viagem foi boa, (as crianças) estiveram tranquilas. Agora, a polícia virá nos buscar e nos levarão aos escritórios dos serviços sociais”, declarou Gálvez à televisão pública sueca “SVT” no aeroporto de Gotemburgo.

Gálvez revelou que os netos estavam “muito felizes” e gritaram de alegria ao chegar em Gotemburgo, onde residiam seus pais – uma sueca de origem chilena e Michael Skråmo, um jihadista norueguês-sueco conhecido pelos vídeos nos quais convidava outros compatriotas a se unirem ao Estado Islâmico e a cometerem atentados na Suécia.

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A história de Gálvez recebeu muita atenção na imprensa da Suécia e provocou um intenso debate político no país sobre a necessidade de resgatar entre 60 e 80 crianças de origem sueca órfãs de jihadistas que estão em acampamentos sírios. Outros países europeus se adiantaram e repatriaram as crianças.

O governo sueco se mostrou inicialmente reticente, mas acabou modificando sua postura, ao decidir tratar cada caso de forma individual.

“São covardes que não respeitam a convenção internacional dos direitos das crianças. Hoje não se tratam de passaportes e nem de documentos consulares. Trata-se de uma ação humanitária”, declarou Gálvez no mês passado, diante das reservas iniciais de Estocolmo.

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Gálvez, de 50 anos, vive na Suécia há três décadas. Durante sua viagem em busca dos netos, lamentou as dificuldades de movimentação e de comunicação, a falta de ajuda e o estado físico de vários das crianças.

Seu genro Skråmo e sua filha, convertidos ao Islã, viajaram de férias em 2014 à Turquia com seus quatro filhos – tiveram outros três depois. De lá, seguiram para a Síria com o objetivo de se unirem ao califado. Eles teriam morrido em combate no início deste ano.

(Com Estadão Conteúdo)

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