Ausência de prazo para adesão ucraniana à Otan é ‘absurda’, diz Zelensky
Presidente do país em guerra defende de 'incerteza é fraqueza'; líderes da aliança militar ocidental temem ser arrastados para conflito com Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta terça-feira, 11, dizendo que é “absurdo” que seu país não tenha um prazo para ingressar na aliança militar ocidental.
“É sem precedentes e absurdo quando o prazo não é definido nem para o convite nem para a adesão da Ucrânia”, escreveu ele em uma declaração no Twitter. “Parece que não há disposição nem para convidar a Ucrânia para a Otan nem para torná-la membro da aliança.”
A Otan concordou, em 2008, que a Ucrânia “se tornará” membro, mas a aliança não disse como nem quando isso pode acontecer.
+ Rússia ataca Kiev com chuva de drones no dia de cúpula da Otan
“Agora, a caminho de Vilnius, recebemos sinais de que certas coisas estão sendo discutidas sem a Ucrânia”, acrescentou, referindo-se a uma aguardada cúpula dos países membros da aliança, na capital da Lituânia.
“Incerteza é fraqueza. E vou discutir isso abertamente na cúpula”, concluiu.
Anteriormente, o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, insistiu que Kiev receberia “uma mensagem clara e positiva” sobre sua adesão. A entrada na aliança pode levar décadas, mas a Ucrânia quer um cronograma mais rápido.
+ Biden vai se encontrar pessoalmente com Zelensky durante cúpula da Otan
O grupo oferece segurança coletiva, pois os países são obrigados a defender seus companheiros quando são atacados. Embora praticamente todos os líderes dos países membros simpatizem com a Ucrânia, o debate é complexo, já que isso pode significar o início de uma guerra internacional em grande escala contra a Rússia.
Foi levantado que Kiev poderia ingressar na aliança após o fim da guerra, mas alguns países da Otan se preocupam que Moscou pode ficar tentada a prolongar ainda mais sua agressão neste cenário.
+ O que está em jogo no encontro da Otan desta semana
Com Moscou observando os eventos de perto, a aliança corre o risco de prejudicar a demonstração firme de unidade ocidental que tanto deseja apresentar ao líder russo, Vladimir Putin.