Atleta olímpico ucraniano morre na linha de frente da guerra contra Rússia
O levantador de peso Oleksandr Pielieshenko participou dos Jogos de 2016 no Rio de Janeiro e foi bicampeão europeu de halterofilismo
O levantador de peso ucraniano Oleksandr Pielieshenko, que participou das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, morreu enquanto lutava na linha de frente da guerra contra a Rússia no domingo 5, de acordo com comunicado divulgado pelo Comitê Olímpico Nacional da Ucrânia nesta segunda-feira 6. Ele foi o primeiro atleta olímpico do país a morrer no conflito.
Pielieshenko, de 30 anos, foi bicampeão europeu, conquistando o primeiro lugar na categoria até 85kg dos Campeonatos Europeus de Halterofilismo de 2016 e 2017, além de ficar em quarto lugar nos Jogos do Rio em 2016.
“Desde os primeiros dias da invasão em grande escala, Oleksandr juntou-se às Forças Armadas. Ontem recebemos a triste notícia de sua morte”, afirmou o Comitê Olímpico Ucraniano em uma publicação nas redes sociais.
O atleta não competia desde 2018, quando foi reprovado em um exame antidoping e banido da Federação Ucraniana de Halterofilismo (UWF).
“É com grande tristeza que informamos que hoje o coração do homenageado mestre do esporte da Ucrânia, bicampeão europeu de levantamento de peso, Oleksandr Pielieshenko, parou de bater”, disse a UWF.
Atletas russos
A morte de Pielieshenko promete provocar novos debates sobre a participação de atletas russos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu que russos e bielorrussos compitam apenas sob bandeiras “neutras”, e com a condição de não apoiarem publicamente a Rússia no contexto da guerra na Ucrânia.
Ambas as nacionalidades também serão proibidas de competir em equipe, ficando de fora de esportes coletivos como futebol, vôlei e basquete. Participarão dos Jogos no máximo 56 atletas da Rússia e 28 de Belarus.
Apesar das restrições, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a decisão do COI “essencialmente deu sinal verde à Rússia para usar as Olimpíadas como arma”.