FBI: atirador pesquisou assassinato de John F. Kennedy antes de atentado a Trump
Investigadores ainda não encontraram motivo por trás do ataque perpetrado por Thomas Matthew Crooks no comício eleitoral republicano
O diretor do FBI, Christopher Wray, disse à Comissão de Justiça da Câmara dos Estados Unidos na quarta-feira 24 que Thomas Matthew Crooks, jovem de 20 anos que tentou assassinar o ex-presidente Donald Trump durante um comício eleitoral na Pensilvânia, pesquisou sobre o assassinato de John F. Kennedy, 35º chefe da Casa Branca, em 1963.
Em depoimento aos congressistas, Wray revelou que Crooks buscou como Lee Harvey Oswald matou JFK em Dallas, no Texas. “A análise do laptop que a investigação vincula com o atirador revela que no dia 6 de julho ele fez uma pesquisa no Google por ‘qual distância estava Oswald de Kennedy’”, disse ele.
Wray acrescentou que a busca foi “obviamente significativa quanto ao estado de espírito (do atirador)” e aconteceu no mesmo dia em que Crooks se registrou para participar do comício de Trump. Ele também afirmou que as pesquisas do atirador se concentraram “muito no presidente Trump e em seu comício” a partir de 6 de julho, uma semana antes do atentado.
O diretor do FBI prometeu que a agência “não deixará pedra sobre pedra” na investigação sobre o atentado.
Oswald disparou contra Kennedy de um depósito de livros a cerca de 58 metros de distância enquanto o presidente circulava em uma carreata pela Praça Dealey.
Investigações em curso
Os investigadores examinaram mensagens de texto, e-mails, redes sociais e históricos de navegação do atirador em busca de pistas que consigam esclarecer os motivos que o teriam levado a cometer o atentado. No entanto, Wray disse que o FBI ainda não encontrou uma motivação sólida por trás do incidente. “Parece que ele estava interessado em figuras públicas de forma mais ampla”, disse ele.
O histórico de pesquisa dos dispositivos do atirador também incluía “Trump”, “Biden”, “quando é a Convenção Nacional do Partido Democrata” e “comício de Trump de 13 de julho”, segundo as autoridades americanas.
Em novos detalhes sobre a investigação, o chefe do FBI afirmou que o atirador pode ter utilizado um drone cerca de duas horas antes do comício para explorar o palco onde Trump discursou. O drone foi encontrado no carro de Crooks, junto com dois explosivos.
O rifle AR-15, usado pelo jovem no atentado, foi comprado legalmente pelo seu pai em 2013. A arma é provavelmente a mesma que ele usou em um campo de treinamento de tiro horas antes da tentativa de assassinato.
Crooks foi morto poros agentes do Serviço Secreto depois de disparar oito balas que, além de atingirem a orelha do ex-presidente, mataram uma pessoa e deixaram duas gravemente feridas.