Atirador de ataques a mesquitas na Nova Zelândia é levado a tribunal
O australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, foi formalmente acusado de assassinato pelo massacre que deixou 49 mortos na cidade de Christchurch
O australiano identificado como Brenton Tarrant, de 28 anos, autor do massacre em duas mesquitas na Nova Zelândia, compareceu neste sábado, 16, diante de um tribunal na cidade de Christchurch. O atentado deixou 49 mortos e 48 feridos um dia antes. Nesta primeira audiência, o atirador foi formalmente acusado do homicídio de apenas uma pessoa, que não teve sua identidade divulgada.
Algemado e descalço sob escolta de dois policiais, o atirador ficou em silêncio durante a audiência, mas olhou para fotógrafos e jornalistas autorizados a entrar no tribunal e, segundo o jornal “New Zealand Herald”, sorriu quando entrou na corte. O juiz Paul Kellar, designado para o caso, determinou que as imagens do assassino no tribunal fossem borradas. Uma nova audiência foi marcada para 5 de abril. Até lá, Tarrant ficará preso sem direito a fiança.
O ataque contra fieis muçulmanos nas mesquitas Al Noor e Linwood foi o mais devastador da história da Nova Zelândia. Segundo a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, tratou-se de um “ato de violência sem precedentes”, que a levará a propor mudanças na lei sobre posse e porte de armas de fogo.
Tarrant transmitiu parte do ataque ao vivo pelo Facebook e antes publicou na internet um manifesto intitulado “A Grande Substituição”. No documento de 74 páginas, o australiano mencionou o Brasil como exemplo da fraqueza de nações com diversidade racial, assim como os Estados Unidos e a África do Sul.
“O Brasil, com toda a sua diversidade, é completamente fraturado, como Nação, onde as pessoas não podem se dar bem, se separar, e se segregar sempre que possível”, escreveu o autodeclarado “supremacista branco”.
O manifesto foi publicado em uma plataforma virtual da chamada “dark web”, onde circulam informações e negócios ilegais, e em um perfil no Twitter. Tarrant, um personal trainner de 28 anos, se diz “fascista etnonacionalista” e “homem branco comum”, afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “um símbolo da identidade branca renovada” e alega ter recebido a “bênção” do terrorista de extrema direita Anders Breivik, que matou 77 pessoas na Noruega há oito anos.
(Com EFE)