Atentados no Sri Lanka foram ‘represália’ por ataque na Nova Zelândia
Ministro da Defesa apresentou conclusões após início da investigação, ao mesmo tempo em que Estado Islâmico reivindicou autoria dos ataques
Os primeiros elementos da investigação sobre os atentados que deixaram 321 mortos no Sri Lanka no domingo mostram que os ataques foram uma represália ao recente massacre em duas mesquitas da Nova Zelândia, afirmou nesta terça-feira, 23, o ministro cingalês da Defesa.
Ao mesmo tempo, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria da série de atentados suicidas cometidos contra igrejas e hotéis de luxo. Os jihadistas não deram evidências de sua reivindicação.
“Os executores do ataque que teve como alvo os cidadãos dos países da coalizão e cristãos antes de ontem são combatentes do Estado Islâmico”, disse em comunicado uma fonte de segurança à agência ligada ao grupo, Amaq.
Em discurso no Parlamento do Sri Lanka, contudo, o ministro Ruwan Wijewardene voltou a afirmar que as investigações do governo revelam que o grupo National Thowheeth Jama’ath (NTJ) está por trás dos ataques.
As autoridades têm poucas informações sobre o JMI, exceto que os jihadistas estão ligados a uma célula de mesmo nome em Bangladesh e tem vínculos com o relativamente desconhecido movimento islamita radical na Índia, o JMI (Jamaat-ul-Mujahideen India).
O ministro cingalês também afirmou que os primeiros elementos da investigação mostram que os ataques foram uma represália ao massacre em Christchurch de 15 de março em duas mesquitas da grande cidade do sul da Nova Zelândia.
Os atentados do mês passado deixaram 50 mortos e foram cometidos por um homem ligado a um grupo de supremacia austríaca. Wijewardene não apresentou nenhuma evidência da relação entre esse ataque e o de domingo no Sri Lanka.
O ministro acrescentou que o país está recebendo apoio internacional na investigação, mas não revelou detalhes.
Funeral
O governo do Sri Lanka homenageou nesta terça as vítimas dos ataques em um funeral oficial realizado na Igreja Katuwapitya, em Negambo, poucos quilômetros ao norte de Colombo.
O enterro coletivo de ao menos 30 vítimas do ataque foi marcado por uma homenagem no horário exato em que a primeira das seis bombas detonou. Amigos e familiares fizeram um minuto de silêncio às 8h30 do horário local (00h em Brasília).
Um segundo funeral estava marcado para a noite deste terça, também em Negambo.
(Com AFP, Reuters e EFE)