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Ataques aéreos em Kiev atingem memorial do Holocausto

Local atingido por ataque, que deixou ao menos cinco mortos, presta homenagem aos mais de 30 mil judeus exterminados por forças nazistas

Por Duda Gomes Atualizado em 1 mar 2022, 20h23 - Publicado em 1 mar 2022, 20h19

Ataques aéreos da Rússia contra cidade de Kiev nesta terça-feira, 1, atingiram o Memorial do Holocausto Babi Yar, afirmou o chefe do gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak. O local presta homenagem aos mais de 30 mil judeus exterminados na ocupação da região por forças nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Os ataques também destruíram uma torre de TV e deixaram ao menos cinco mortos .

“Ao mundo: qual o sentido de dizer ‘nunca mais’ por 80 anos, se o mundo fica quieto quando uma bomba cai no sítio de Babi Yar? Ao menos cinco morreram, uma história que se repete”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que é judeu.

Em seu discurso que autorizava o ataque a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, justificou a ofensiva como uma possibilidade de “desnazificar” o país e seu povo.

“Putin procura distorcer e manipular o Holocausto para justificar que uma invasão ilegal de um país democrático soberano seja totalmente abominável. É simbólico que ele comece a atacar Kiev bombardeando Babi Yar”, afirmou o presidente do Conselho do memorial, Natan Sharansky.

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Seguindo o tom empregado por Putin, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira que a invasão invasão russa à Ucrânia trata-se de uma “operação especial” para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.

Durante o discurso, boicotado representantes de outros países que se levantaram em protesto, Lavrov acusou Kiev de violar as liberdades fundamentais da população russa no país durante oito anos.

“Os neonazistas tomaram o poder em 2014 e esta ocupação deve acabar. O silêncio do Ocidente mostra os padrões duplos dos Estados Unidos e seus aliados, que causaram milhares de vítimas na antiga Iugoslávia, Líbia e Afeganistão”, disse ele, acusando Kiev de impor um regime de terror que reprime o uso da língua russa em escolas ou locais de trabalho. 

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Em nota, Israel condenou o ataque ao memorial, mas as declarações do governo não mencionaram a Rússia. Os países mantêm os canais de comunicação abertos e Israel também vê seus laços com a Rússia como facilitadores de suas ações militares na vizinha Síria, onde Moscou tem influência.

O Centro Mundial de Memória do Holocausto Yad Vashem de Israel expressou “condenação veemente” ao que descreveu como um “ataque russo mortal nas proximidades do memorial do Holocausto Babi Yar”.

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