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Ataque aéreo em Idlib, na Síria, mata ao menos 33 soldados turcos

Em resposta, a Turquia bombardeou posições do regime de Bashar al Assad; outros 36 militares feridos foram hospitalizados em Hatay

Por AFP Atualizado em 28 fev 2020, 04h50 - Publicado em 28 fev 2020, 04h49

Ao menos 33 soldados turcos morreram nesta quinta-feira, 27, em um ataque aéreo na região de Idlib, no noroeste da Síria, atribuído ao regime em Damasco, informaram as autoridades turcas, que reagiram de forma imediata.

Outros 36 militares feridos foram hospitalizados em Hatay, informou o governador desta província turca na fronteira com a Síria, atribuindo o ataque ao regime em Damasco.

Em resposta ao ataque, a Turquia bombardeou – na madrugada de sexta-feira – posições do regime de Bashar al Assad no noroeste da Síria.

Em declaração publicada pela agência de notícias estatal Anatólia, o diretor de comunicação da Presidência, Fahrettin Altun, pediu à comunidade internacional para “assuma suas responsabilidades” em Idlib.

A Turquia advertiu o governo sírio para que se afaste dos postos de observação turcos em Idlib, enquanto Moscou acusou Ancara de ajudar “terroristas” no território sírio.

O acordo firmado em 2018 com a Rússia para a região de Idlib prevê 12 postos de observação turcos na zona, mas vários já foram atacados pelas tropas sírias.

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Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o total de turcos mortos na região chega a 34.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, convocou um conselho de segurança extraordinário sobre a situação e preside no momento a reunião, informaram as redes de televisão NTV e CNN-Türk.

Um porta-voz do departamento americano de Estado declarou que os Estados Unidos “apoiam a Turquia, nosso aliado da OTAN, e seguem pedindo o fim imediato desta depreciável ofensiva do regime de Assad, da Rússia e das forças apoiadas pelo Irã”.

“Estamos buscando opções sobre como podemos apoiar melhor a Turquia nesta crise”.

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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, “reafirmou seu apelo a um cessar-fogo imediato” e manifestou “particular preocupação com o risco para os civis da escalada de ações militares”, segundo seu porta-voz, Stephane Dujarric.

“Sem uma ação urgente, o risco de uma escalada ainda maior cresce a cada hora”.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, apelou a todas as partes a “desescalar” a violência na Síria, em particular na região de Idlib.

Por meio de sua porta-voz, Oeana Lungescu, o secretário “condenou os continuados ataques indiscriminados por parte das forças sírias na província de Idlib”, acrescentando que é necessário “desescalar a situação”.

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Com apoio aéreo da Rússia, as tropas sírias mantêm uma ofensiva para recuperar o reduto rebelde de Idlib.

Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas na região desde dezembro, no maior deslocamento registrado desde o início da guerra civil na Síria em 2011.

Os ataques às tropas turcas aumentaram a tensão entre Turquia e Rússia, dois aliados tradicionais.

Ancara exigiu que Damasco recue suas tropas da região a um ponto atrás dos postos militares turcos em Idlib.

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Oportunidade

Os Estados Unidos aproveitaram a situação para orientar a Turquia a entender quem são seus verdadeiros aliados, e para pedir que suspensa a compra de um importante sistema de mísseis da Rússia.

Kay Bailey Hutchison, embaixador dos Estados Unidos junto à Otan, disse que os turcos devem entender “quem são seus parceiros confiáveis”.

A Turquia – membro da Otan – começou no ano passado a receber sistemas de mísseis S-400 comprados da Rússia, apesar das advertências dos Estados Unidos sobre sua implicação na venda de aviões de combate F-16.

“Espero que o presidente Erdogan observe que somos aliados do passado e do futuro, e entenda a necessidade de abandonar os 400”, declarou Hutchison.

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