Hamas reivindica autoria de ataque em Jerusalém que deixou três mortos
Polícia israelense diz que dois agressores palestinos abriram fogo contra um ponto de ônibus lotado, ferindo também treze pessoas
A polícia de Israel comunicou nesta quinta-feira, 30, que dois atiradores palestinos abriram fogo contra um ponto de ônibus lotado durante o horário de pico da manhã, na entrada de Jerusalém. Pouco depois, o grupo terrorista Hamas reivindicou a autoria do ataque que matou pelo menos três pessoas e feriou outras treze, cinco das quais se encontram em estado grave.
“Os terroristas chegaram ao local de carro pela manhã, armados com um rifle M-16 e uma pistola”, disse a polícia em comunicado. “Os terroristas começaram a atirar contra civis antes de serem mortos no local.”
Horas depois, o Hamas afirmou que os autores do tiroteio são membros do grupo, segundo informações da agência de notícias Reuters. Em comunicado, o grupo afirmou que a “operação surgiu como uma resposta natural aos crimes sem precedentes cometidos pela ocupação [israelense]”.
O comunicado citou especificamente a operação militar de Israel na Faixa de Gaza e a forma como prisioneiros palestinos, que têm sido libertados como parte do acordo de cessar-fogo entre ambas partes do conflito, são tratados no cárcere em Israel.
O que aconteceu?
Segundo os policiais, os atiradores vieram de Jerusalém Oriental, na Cisjordânia, e foram parados por soldados fora de serviço e outro civil que estava por perto.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela agência de notícias Reuters revelaram que, momentos antes do ataque, um carro branco para ao lado de um ponto de ônibus lotado. Depois, dois homens saem do veículo, com armas em mãos, e correm em direção à multidão. As pessoas se dispersam, fugindo do ataque. Por último, a polícia mata os agressores palestinos a tiros.
Reações duras
“Este ataque é mais uma prova do nosso compromisso de continuar a lutar com força e determinação contra o terrorismo assassino que ameaça os nossos cidadãos”, escreveu Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, na plataforma X, antigo Twitter.
בבוקר הקשה הזה, אני מבקש לשלוח תנחומים מעומק הלב למשפחות הנרצחים מהפיגוע בירושלים ולאחל החלמה מהירה לפצועים.
הפיגוע הזה הוא הוכחה נוספת, למחוייבות שלנו להמשיך את הלחימה בעוצמה ובנחישות כנגד הטרור הרצחני שמאיים על אזרחינו. בירושלים, בעזה, ביו״ש ובכל מקום.
— בני גנץ – Benny Gantz (@gantzbe) November 30, 2023
O ministro da Segurança Nacional, o político de extrema direita Itamar Ben-Gvir, visitou o local do ataque que, pululante com socorristas e forças de segurança, demorou a reabrir as estradas ao redor.
“Este evento prova, mais uma vez, como não devemos mostrar fraqueza. Devemos falar com o Hamas apenas através da mira dos rifles, apenas através da guerra”, disse ele, acrescentando que Israel continuaria a flexibilizar normas para obtenção de armas por seus cidadãos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, que estava em Tel Aviv no momento do ataque, disse que o tiroteio desta quinta-feira foi um lembrete “da ameaça do terrorismo que Israel e os israelenses enfrentam todos os dias”.
Contexto
O ataque a tiros ocorreu logo após Israel e o Hamas chegarem a um acordo de última hora nesta quinta-feira para estender, por mais um dia, o cessar-fogo em Gaza, de forma a permitir mais libertações de reféns em troca de solturas de prisioneiros palestinos.