Ataque a petroleiros nos EAU foi obra de ‘ator estatal’, diz investigação
Arábia Saudita e Estados Unidos acusam Irã de estar envolvido em sabotagem de navios em 12 de maio
O ataque contra quatro navios petroleiros nos Emirados Árabes Unidos em maio foi obra de um “ator estatal”, segundo resultados preliminares de uma investigação internacional apresentada nesta sexta-feira, 7, no Conselho de Segurança da ONU.
A investigação não faz qualquer menção ao Irã, acusado pelos Estados Unidos de estar diretamente envolvido na sabotagem.
O documento, produzido em conjunto pelos EAU, pela Arábia Saudita e pela Noruega, conclui que o ataque foi uma “operação coordenada e sofisticada”, executada com mergulhadores e minas de limpet, um tipo de mina naval que é conectada ao casco de embarcações por ímãs.
Dois dos navios atacados em 12 de maio eram sauditas e os outros dois pertenciam a empresas dos Emirados e da Noruega.
As embarcações foram atingidas perto do Emirado de Fujairah, um dos maiores centros de abastecimento do mundo, pouco depois do estreito de Hormuz, na costa dos EAU.
A Arábia Saudita descreveu o incidente como uma tentativa de “minar a segurança da oferta de petróleo bruto” em meio às tensões entre os Estados Unidos e o Irã.
Segundo o relatório apresentado ao Conselho de Segurança, é provável que o ataque tenha sido realizado com minas navais, colocadas no casco dos navios por mergulhadores que utilizavam lanchas rápidas.
“Embora as investigações ainda estejam em curso, existem fortes indicações de que os quatro ataques ocorreram no quadro de uma operação sofisticada e coordenada conduzida por um ator dotado de fortes capacidades operacionais, provavelmente um ator estatal”, diz o documento.
O ataque não causou nenhuma morte, mas a Arábia Saudita disse que dois de seus navios sofreram danos “significativos”.
O embaixador saudita na ONU, Abdallah al-Mouallimi, afirmou que Teerã “carrega nos seus ombros a responsabilidade pelos ataques”.
Já o representante adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Vladimir Safronkov, adotou um tom mais conciliatório, sublinhando que “não se deve apressar as conclusões” e que “as investigações vão continuar”.