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Assembleia-Geral da ONU aprova ‘trégua olímpica’ para Paris 2024

Documento, que não é vinculativo, convoca signatários a "observarem a trégua olímpica individual e coletivamente" sete dias antes dos Jogos

Por Da Redação
21 nov 2023, 19h49

A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou por maioria absoluta nesta terça-feira, 21, uma resolução que insta todos os Estados-membros a respeitarem a tradicional “trégua olímpica” para os Jogos de Paris em 2024, na França.

O documento, que não é vinculativo, foi apresentado pela França e convoca os signatários a “observarem a trégua olímpica individual e coletivamente” sete dias antes do início (26 de julho a 11 de agosto de 2024) e sete dias após o término dos Jogos Paralímpicos (28 de agosto a 8 de setembro).

Além disso, o texto apela que a cooperação possibilite “implementar coletivamente os valores da Trégua Olímpica em todo o mundo”. A medida foi adotada por 118 votos a favor, nenhum contra e as abstenções da Rússia e da Síria.

“Não consigo me lembrar de uma época em que o mundo enfrentasse tantos confrontos, divisões e polarização”, disse o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, durante o discurso na sede da entidade em Nova York.

“Neste mundo frágil, esta resolução é mais relevante do que nunca. Ela é a oportunidade de enviar um sinal inequívoco ao mundo. Sim, podemos nos unir mesmo em tempos de guerras e crises. Sim, podemos dar as mãos e trabalhar juntos por um futuro melhor”, acrescentou Bach.

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O chefe do Comitê Organizador das Olimpíadas de Paris, Tony Estanguet, aproveitou para exaltar os preceitos universais que segundo ele são potencializados pelo evento.

“Os Jogos são a melhor encarnação do poder do esporte, pois difundem seus valores de compartilhamento, tolerância e respeito por todo o mundo. Eles combinam os valores do esporte e a diversidade do mundo, são universais”, declarou Estanguet na tribuna da ONU.

A “trégua” foi reintroduzida pela ONU em 1993, a partir de uma iniciativa do COI, e é inspirada na antiga tradição grega da “ekecheiria”, que determinava o cessar de todos os conflitos durante os Jogos Olímpicos.

A adoção da medida costuma ser consensual e a cada dois anos antes de cada edição, seja a de verão ou a de inverno. Mas esse ano a Rússia pediu uma votação, alegando que deveria ser incluído referências a competições de “acesso igual e despolitizado às competições esportivas”.

Ainda nesta terça-feira, o país condenou “uma tendência perigosa de interferência política no esporte”.

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“O cúmulo da hipocrisia e do cinismo, como nunca vimos na história recente, foi a proibição ilegal de atletas russos de participarem em competições desportivas internacionais, bem como as tentativas de privar a Rússia do seu direito de os acolher no nosso país”, disse a vice-embaixadora russa na ONU, Maria Zabolotskaya.

A fala surge da recomendação do COI para que as federações internacionais não realizassem eventos na Rússia, somada a proibição imposta aos atletas russos de usarem símbolos nacionais, como hinos e bandeiras, nas competições.

O Comitê considera que ao invadirem a Ucrânia, em fevereiro de 2022, os russos violaram a trégua dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Por isso, ainda não decidiram se os esportistas russos serão aceitos nos Jogos de Paris.

Em resposta, o presidente do COI disse que a resolução “não trata de forma alguma da discriminação de atletas”, mas sim de “respeitar as regras da Carta Olímpica”. E também condenou a iniciativa russa de sediar “Jogos da Amizade” no próximo ano, em um gesto que para ele poderia “levar à fragmentação política do esporte internacional”.

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