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Assad: ‘banho de sangue na Síria é o preço que se paga’

O ditador se refere aos insurgentes como terroristas, sem fazer distinção entre os rebeldes sírios e os membros do grupo Estado Islâmico

Por Da redação
9 jan 2017, 08h16

Em uma rara entrevista concedida à mídia francesa, depois da retomada total da cidade de Alepo pelas forças de Damasco, o ditador sírio, Bashar Assad, falou sobre o conflito que massacra o povo há mais de cinco anos. O “banho de sangue” na Síria é “dolorido”, mas “é o preço que se paga”, afirmou à Rádio França Internacional.

“Claro que é dolorido para nós, sírios, ver uma parte de nosso país destruído e ver um banho de sangue. (…) Todas as guerras provocam destruição, todas as guerras provocam mortos. (…) Você não pode dizer que uma guerra é boa. Nunca ouvi falar, na história, de uma boa guerra. Mesmo que ela aconteça por boas razões, para defender seu país, não é a solução”, explicou.

Assad admitiu que a decisão de combater os rebeldes resultou na morte de mais de 310.000 pessoas em pouco mais de cinco anos. “A questão que se deve fazer é: como você pode libertar os civis dos terroristas nessas áreas?”, perguntou a um repórter. “O que é melhor: abandoná-los nas mãos de terroristas que os decapitam, que os assassinam? O papel do Estado é ficar de braços cruzados?”, questionou.

A caminho de uma vitória — Para Assad, a reconquista de Alepo foi “um momento crítico no conflito sírio”, mas o regime está “a caminho de uma vitória”. Entretanto, a verdadeira façanha será, segundo o ditador sírio, “quando teremos eliminado todos os terroristas”. Segundo ele, seria inadmissível não ter agido em Alepo, retomada pelo regime sírio das mãos dos rebeldes no dia 22 de dezembro, com a ajuda da Rússia. A cidade se tornou o símbolo da catástrofe humanitária na Síria, com os civis no fogo cruzado entre insurgentes, forças do governo e russas, e diante do fracasso da comunidade internacional em tentar encontrar uma saída para a situação.

“Tínhamos que libertar os civis. Esse é o preço que pagamos. E, no final, as pessoas estão livres dos terroristas”, alegou. Damasco se refere aos insurgentes como terroristas, sem fazer distinção entre os rebeldes sírios e os membros do grupo Estado Islâmico. A Rússia passou a apoiar Assad com a justificativa de combater unicamente os jihadistas, apesar da denúncia de Organizações Não Governamentais e da população dos bombardeios indiscriminados que, durante mais de um ano, não pouparam nem rebeldes, nem civis.

(Com agência Brasil)

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