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As denúncias de ‘racismo’ que forçaram príncipe Harry a deixar ONG que fundou

Crise interna provocou colapso da Sentebale, criada em 2006 como homenagem à princesa Diana, conhecida pelo envolvimento em causas sociais

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 mar 2025, 11h19 - Publicado em 27 mar 2025, 09h20

O príncipe Harry afirmou estar “em choque” e de “coração partido” quando renunciou, na quarta-feira 26, ao cargo de patrono da organização não governamental Sentebale, que ele cofundou há quase uma década como homenagem à mãe, a princesa Diana, morta em um acidente de carro em 1997. Foi resultado de uma longa crise interna, envolvendo desentendimentos com a presidente do conselho da ONG, Sophie Chandauka, nomeada em 2023. O conselho recuou das tentativas de salvar a Sentebale do colapso como resultado de enormes contas legais. Mas, segundo Chandauka, a crise não foi criada no vazio. Ela fez uma série de alegações surpreendentes sobre racismo, sexismo e bullying e denunciou os curadores à Comissão de Caridade do Reino Unido.

“Há pessoas neste mundo que se comportam como se estivessem acima da lei e maltratam as pessoas, e então jogam a carta da vítima e usam a própria imprensa que desprezam para prejudicar as pessoas que têm a coragem de desafiar sua conduta”, disse ela, alfinetando Harry, que tem uma longa lista de batalhas judiciais contra tabloides que chama de “assediadores”.

Chandauka abriu um processo contra a Sentebale, que atua no Lesoto, no início deste mês, “sobre questões de má governança, gestão executiva fraca, abuso de poder, intimidação, assédio, misoginia, misogynoir – e o acobertamento que se seguiu”. “Misogynoir” é um termo que combina “racismo” e “misoginia” contra mulheres negras. Alega-se que ela não forneceu nenhuma evidência para respaldar suas sérias acusações.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal britânico The Telegraph, a ação judicial foi resultado de esforços para remover Chandauka do cargo, depois dela ter “dizimado” a operação da ONG. O conselho temia que o custo gigantesco do processo seria o último prego no caixão para a Sentebale. Assim, decidiram renunciar em massa.

“Não poderíamos, em sã consciência, permitir que a Sentebale assumisse esse fardo legal e financeiro e não nos restou outra opção a não ser desocupar nossos cargos”, disseram os curadores em declaração. As contas financeiras mais recentes da Sentebale revelam que a instituição de caridade tem reservas de menos de 1 milhão de libras (cerca de R$ 7,42 milhões) e sofreu uma queda na renda de eventos internacionais, como torneios de polo no Japão e em Singapura. Apesar de Harry ter injetado US$ 1,5 milhão (R$ 8,59 milhões) dos lucros de sua autobiografia, O que Sobra (Spare, em inglês), os gastos superaram as doações.

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Admitindo que estava “verdadeiramente de coração partido” pela reviravolta dos acontecimentos, o príncipe Harry anunciou que deixaria a ONG em solidariedade ao conselho de curadores, que havia feito o mesmo. “É devastador que o relacionamento entre os curadores da instituição de caridade e a presidente do conselho tenha se rompido irreparavelmente, criando uma situação insustentável”, acrescentou.

A ONG, cujo nome significa “não-me-esqueças” na língua do Lesoto, tem como objetivo ajudar jovens com HIV e aids em Lesoto e Botsuana, na África. O príncipe lesotiano, Seeiso, que esteve envolvido na criação da instituição, também abandonou a função após uma crise interna.

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