Árabes pedem ao Conselho de Segurança proteção a palestinos
Apresentada pelo Kuwait, proposta responsabiliza Israel pelas mortes e tenta prevenir futuros ataques a civis
Os países árabes vão apresentar ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução para oferecer proteção internacional aos civis palestinos, informou nesta terça-feira o embaixador do Kuwait, Mansour al Otaibi.
Segundo o diplomata, a minuta será apresentada aos membros do Conselho entre hoje e amanhã e detalhará que tipo de força ou mecanismo seria utilizado.
A medida chega depois de 60 palestinos terem sido mortos ontem durante a repressão do exército israelense aos protestos na fronteira da Faixa de Gaza com Israel. As manifestações tiveram como motivo os 70 anos do Nakba (catástrofe, em árabe), o deslocamento massivo de palestinos causado pela independência de Israel e pela consequente guerra.
Em Jerusalém, as celebrações dos 70 anos de independência tiveram como ponto máximo a inauguração da embaixada dos Estados Unidos, que reconheceram oficialmente a cidade como capital israelense.
“A intenção é proteger os palestinos, dar proteção internacional aos civis”, explicou Otaibi, logo ao chegar hoje à sede da ONU para a reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre os acontecimentos de ontem.
O embaixador kuwatiano, cujo país é atualmente o membro não permanente e único árabe no Conselho de Segurança, lembrou que Israel tem a “responsabilidade” de garantir a segurança dos palestinos, mas não está cumprindo tal medida.
“Queremos que o Conselho faça algo”, insistiu Otaibi, que não quis antecipar detalhes sobre que tipo de mecanismo será proposto. Ele descartou, porém, uma missão de paz da ONU na região.
Na segunda-feira, os Estados Unidos vetaram o pedido de abertura de investigações sobre a violência do Israel contra os manifestantes palestinos, na Faixa de Gaza. O Kuwait o havia apresentado ao Conselho de Segurança, em nome dos Estados árabes.