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Aprovação de Trump cai ao menor nível do ano após relatório Mueller

Pesquisa mostra que os americanos estão divididos: para 40%, presidente deveria sofrer impeachment, enquanto 42% são contra afastamento

Por Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h49 - Publicado em 19 abr 2019, 20h45

O número de americanos que aprovam o presidente Donald Trump caiu 3 pontos percentuais. O menor nível do ano foi constatado em pesquisa Reuters/Ipsos após a divulgação do relatório do procurador especial Robert Mueller detalhando a interferência russa na eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016.

O levantamento, realizado entre a tarde de quinta-feira 18 e a manhã desta sexta-feira, 19, é o primeiro de âmbito nacional a medir a resposta do público americano depois que o Departamento de Justiça dos EUA divulgou o relatório de 448 páginas do procurador especial, que relata inúmeras ocasiões em que Trump pode ter interferido na investigação.

Segundo a pesquisa, 37% dos adultos nos Estados Unidos aprovavam o desempenho de Trump no cargo, ante 40% em 15 de abril. O número também fica abaixo dos 43% de aprovação em um levantamento feito pouco depois que o secretário de Justiça e procurador-geral, William Barr, divulgou um resumo do relatório em março.

Em seu relatório Mueller disse que sua investigação não estabeleceu que a campanha de Trump foi coordenada com os russos. No entanto, investigadores encontraram “múltiplos atos do presidente que eram capazes de exercer influência indevida sobre investigações”.

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Enquanto Mueller decidiu não acusar Trump de nenhum crime, ele também disse que a investigação não isenta o presidente.

A pesquisa mostrou que 50% dos americanos concordam que “Trump ou alguém de sua campanha trabalhou com a Rússia para influenciar a eleição de 2016” e 58% concordam que o presidente “tentou parar investigações sobre a influência russa em sua administração”.

Para 40% Trump deveria sofrer impeachment, enquanto 42% acreditam que ele não deveria.

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A investigação de Mueller acusou anteriormente 34 pessoas e três entidades russas, o que levou a condenações ou declarações de culpa de diversos associados de Trump, incluindo o ex-chefe de campanha Paul Manafort, o ex-assessor de segurança da Casa Branca Michael Flynn e o antigo advogado pessoal do presidente Michael Cohen.

A pesquisa Reuters/Ipsos foi conduzida online em inglês ao redor dos Estados Unidos. O levantamento reuniu respostas de 1.005 adultos, incluindo 924 que tinham familiaridade com o relatório de Mueller. A pesquisa tem um intervalo de credibilidade, uma medida de precisão, de 4 pontos percentuais.

Oposição

Democratas do Congresso dos Estados Unidos tomaram medidas, nesta sexta-feira, 19, para obter acesso completo à investigação do procurador especial Robert Mueller.

O presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA, o democrata Jerrold Nadler, emitiu uma intimação para que o Departamento de Justiça entregue o relatório Mueller completo e outras evidências relevantes até 1º de maio.

“Meu comitê precisa e tem direito à versão completa do relatório e evidências subjacentes consistentes com práticas passadas. As redações parecem ser significativas. Até agora, não vimos nenhuma das evidências que o procurador especial desenvolveu para apresentar este caso”, disse Nadler em um comunicado.

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O relatório forneceu detalhes extensos sobre os esforços de Trump para impedir a investigação de Mueller, dando a democratas munição política substancial contra o presidente republicano, mas nenhum consenso sobre como usá-la.

Líderes democratas minimizaram conversas sobre o impeachment de Trump a apenas 18 meses da eleição presidencial de 2020, mas alguns membros proeminentes da ala progressista do partido, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, prometeram trabalhar nesse sentido.

A senadora Elizabeth Warren, que concorre à indicação do Partido Democrata à Presidência, disse que o Congresso deveria começar o processo de impeachment de Trump devido ao relatório Mueller.

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“A gravidade dessa má conduta exige que as autoridades eleitas de ambos os partidos deixem de lado as considerações políticas e cumpram seu dever constitucional”, disse Warren no Twitter. “Isso significa que a Câmara deve iniciar um processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos.”

Trump, que repetidamente chamou a investigação Mueller de caçada às bruxas política, atacou novamente nesta sexta-feira.

“Declarações são feitas sobre mim por certas pessoas no relatório do maluco Mueller… que são fabricadas e totalmente inverídicas”, disse Trump no Twitter.

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Nesta sexta-feira, a Rússia disse que o relatório Mueller não contém nenhuma evidência de que Moscou tenha interferido. “Nós, como antes, não aceitamos tais alegações”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

(Com Reuters)

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