Após protestos, Paris abandona construção de prédios ao pé da Torre Eiffel
Plano previa quatro novos prédios, um café, lojas e banheiros, mas foi alvo de críticas por conta do corte de árvores
Após meses de protestos de ambientalistas e uma petição assinada por quase 150.000 pessoas, a prefeitura de Paris, na França, resolveu abandonar planos de construção de novos edifícios em áreas próximas à Torre Eiffel. Os planos previam a construção de quatro novos prédios, um café, lojas e banheiros, o que implicaria também no corte de vinte árvores.
“Estou anunciando que estamos cancelando completamente qualquer projeto de construção ao pé da torre, mas o paisagismo é mantido”, confirmou o primeiro vice-prefeito da capital, Emmanuel Grégoire, ao Journal du Dimanche, nesta segunda-feira, 3.
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O projeto descartado, no entanto, é apenas parte de um plano muito mais amplo para remodelar as áreas em torno da atração, incluindo o plantio de áreas verdes ao longo das vias que cercam a torre.
“Não estamos cedendo à pressão, mas gostaríamos que o projeto não fosse ofuscado pela controvérsia. Vamos apenas dizer que estamos removendo parte do atrito”, acrescentou Grégoire.
Para receber turistas nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, as autoridades da cidade pretendem terminar o máximo possível das construções. Uma área de 54 hectares ao redor da torre será destinada a pedestres e “transportes de baixo impacto”, como ciclovias.
Cerca de 150.000 pessoas visitam a Torre Eiffel todos os dias durante a alta temporada de verão, e em torno de 20.000 a 30.000 sobem suas escadas. No entanto, o icônico símbolo de Paris tem sofrido certas controvérsias recentemente.
Desde o mês passado, o ponto turístico dos apaixonados tem desligado suas luzes uma hora mais cedo. A medida visa atender à meta do presidente Emmanuel Macron de reduzir em 10% o consumo de energia por parte da indústria, das autoridades municipais e das famílias. A decisão foi tomada devido às preocupações em toda Europa com o consumo de energia e o armazenamento de gás para se preparar para o inverno. Com a guerra na Ucrânia, os preços dispararam e o monopólio estatal de gás russo Gazprom interrompeu a principal linha de gás para a Europa até que sanções contra a Rússia sejam derrubadas.
No entanto, o brilho do monumento não é o único fator ameaçador: a construção da torre não está nas melhores condições, de acordo com relatórios confidenciais vazados e divulgados pela revista francesa Marianne.
Segundo a publicação, a torre “está em mau estado e cheia de ferrugem” e, ao invés de uma necessária reforma completa para os Jogos Olímpicos de 2024, estão sendo feitos apenas pequenos reparos.